
O Paraná se consolidou como o quinto maior exportador do Brasil. É o que revelam dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), organizados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e divulgados nesta terça-feira (7 de outubro).
Conforme o levantamento, o estado tem conseguido expandir as vendas para outros mercados, num movimento de desconcentração, com os produtos paranaenses chegando a 209 mercados internacionais entre janeiro e setembro deste ano.
No período, a balança comercial foi positiva para o Estado. De janeiro a setembro de 2025, foram US$ 17,7 bilhões exportados, contra US$ 15,6 bilhões importados. Um saldo positivo de US$ 2 bilhões. “O Paraná permanece apresentando números positivos em relação ao seu comércio exterior. Dos US$ 17,7 bilhões, US$ 10,5 bilhões são em alimentos”, acrescentou Callado.
O Paraná é o 5º maior exportador do País e o primeiro do Sul, atrás apenas de São Paulo (US$ 52,4 bilhões), Rio de Janeiro (US$ 33,6 bilhões), Minas Gerais (US$ 33 bilhões) e Mato Grosso (US$ 22,5 bilhões). Pará (US$ 17,6 bilhões), Rio Grande do Sul (US$ 15,4 bilhões), Goiás (US$ 10,4 bilhões), Santa Catarina (US$ 9 bilhões) e Bahia (US$ 8,3 bilhões) também foram destaque. Os demais estados responderam juntos por US$ 37,8 bilhões.
Soja, frango e açúcar são os principais destaques
A soja em grão continua como o principal produto paranaense exportado para o mundo, representando 20,9% da balança comercial do Estado. Foram US$ 3,7 bilhões nos primeiros nove meses de 2025.
Na sequência, aparecem carne de frango “in natura”, responsável por 14,8% das exportações paranaenses, com US$ 2,6 bilhões comercializados; farelo de soja, com 5,4% e US$ 953,2 milhões; açúcar bruto, com 4,7% e US$ 830,7 milhões; automóveis, com 3,7% e US$ 649,7 milhões; papel e cereais, ambos com 3,5% de participação e US$ 618,5 milhões e US$ 616,8 milhões vendidos, respectivamente.
Crescimento expressivo em alguns mercados
Alguns mercados, como Argentina, Índia, Irã e Singapura, por exemplo, apresentaram forte crescimento.
A vizinha Argentina, por exemplo, praticamente dobrou a participação nas importações de produtos paranaenses, passando de 4,3% nos primeiros nove meses de 2024, para 8,2% no mesmo período deste ano. Foi a maior variação registrada por um parceiro comercial, com 86,4%. A exportação de automóveis cresceu 253%, chegando a US$ 367,7 milhões em 2025, ante US$ 112,7 milhões no ano passado.
Já a Índia viu sua participação na balança comercial do Paraná sair de 1,8% para 2,7% entre janeiro e setembro de um ano e outro, o que representa uma variação de 48,5%. O óleo de soja bruto foi o responsável por puxar esse aumento, com US$ 338,8 milhões e participação de 71,6% nas exportações. Produtos químicos orgânicos e metalúrgicos diversos também tiveram contribuição expressiva, com 37,4% e 24,9% de variação positiva, respectivamente.
O Irã foi responsável por 2,5% das vendas paranaenses para o mundo em 2025, com uma variação de 15,8% em relação aos 2,1% no mesmo período de 2024. Foram US$ 434,7 milhões comprados pelo país asiático, com destaque para os cereais, com US$ 269,8 milhões e variação de 476,6% em relação aos US$ 46,7 milhões do ano passado.
Já Singapura passou de 1,3% para 1,9% de participação, com óleos e combustíveis sendo o produto mais comercializado pelo Paraná ao país, com US$ 222,6 milhões de janeiro a setembro deste ano, um aumento de 101,6% em relação aos US$ 110,4 milhões do mesmo período de 2024.
“Processo importante de desconcentração de mercadorias e destinos”
“O Estado vem passando por um processo importante de desconcentração de mercadorias e destinos, ampliando as exportações para mercados como Argentina, Índia, Irã, e a Singapura, caracterizando mais uma vez que a indústria paranaense vem se modernizando, agregando maior valor aos seus produtos, assim como sua produção agrícola”, destacou o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado.
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Essa desconcentração das exportações é reflexo do momento atual pelo qual as duas maiores economias do mundo vêm passando. A China, grande importadora de soja e seus derivados, representou 23,7% do total vendido pelo Paraná ao exterior nos nove primeiros meses de 2025, ante uma participação de 28,5% relativa ao mesmo período de 2024, uma redução de 4,8 pontos percentuais. Essa diminuição é consequência da posição chinesa de reduzir a participação do farelo de soja como ração animal.
Nesse mesmo sentido, os Estados Unidos, que antes registraram uma participação de 6,4% de janeiro a setembro de 2024, viram esse número reduzir para 5,6% no mesmo período deste ano. A diminuição tem como pano de fundo as tarifas impostas aos produtos brasileiros pelo governo norte-americano, que impactaram principalmente as cadeias da madeira e café.