O ano de 2025 iniciou com seca em todo o Paraná. No entanto, na segunda quinzena de janeiro as chuvas se normalizaram na maioria das regiões, mas ainda houve locais com pouca precipitação como parte do Noroeste e Oeste do Estado. Esses são alguns dos resultados do boletim agrometeorológico de janeiro, feito por técnicos do IDR-Paraná.
Por outro lado, o Litoral, Região Metropolitana de Curitiba e região Central registraram os maiores acumulados. Com base nas estações meteorológicas do Simepar, o município com maior índice pluviométrico em janeiro foi Guaratuba, com registro de 338,8 mm, seguido de Guaraqueçaba com 316,4 mm, ambos localizados no Litoral paranaense. O menor índice registrado em janeiro foi em Altônia, no Oeste do Estado, com apenas 25,2 mm.
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De maneira geral, as anomalias de precipitação ficaram próximas da média histórica ou abaixo dela em todas as regiões do Paraná. A exceção foi Curitiba, onde a chuva superou significativamente a média, registrando uma anomalia de +121,6 mm. O Litoral foi a região com o maior déficit de precipitação, com uma diferença de -105,1 mm em relação à média histórica, seguido pelo Oeste, que registrou -78,1 mm abaixo da normal climatológica. A média estadual de precipitação foi de 169 mm, ficando 42 mm abaixo da média histórica de 211 mm.
CALOR
Em relação às temperaturas máximas, o calor foi intenso, com a maioria dos municípios registrando valores médios mensais acima de 30°C. A maior temperatura máxima média foi observada em Capanema, no Sudoeste, com 35,5°C, enquanto a menor foi em Palmas/Horizonte, no Sul, com 24,1°C.
A maior parte do Estado apresentou temperaturas superiores à média histórica, com desvios de até 3,2°C, como ocorreu em Cascavel, no Oeste. Em média, a temperatura máxima de janeiro no Paraná foi de 29,6°C, 1,1°C acima da média climatológica, que é de 28,5°C.
As temperaturas mínimas também foram, de forma geral, maior que a média histórica. Em Palmas/Horizonte registrou a menor temperatura mínima média do Paraná com valor de 14,9°C. Em Loanda, no Noroeste, foi observada a maior temperatura mínima média, de 21,9°C. Em média, temperatura mínima no Paraná em janeiro foi 19,3°C, valor igual a normal climatológica.
Confira os impactos na agricultura:
Em janeiro, o desenvolvimento das culturas agrícolas no Paraná foi de modo geral satisfatório favorecido pelas chuvas ocorridas na segunda quinzena.
MILHO 1ª SAFRA – As condições climáticas contribuíram para o bom desenvolvimento da cultura do milho durante o mês de janeiro. A grande maioria das lavouras foi classificada como boa (93%), com o restante apresentando desenvolvimento médio. Iniciou-se a colheita em janeiro e no final do mês já havia colhido 11% da safra, 60% encontravam-se na fase de maturação, 39% estavam na fase de enchimento dos grãos e 1% na fase de floração. Já a colheita de milho para silagem está bem avançada, com produtividade e qualidade superior a safra anterior.
MILHO 2ª SAFRA – Em janeiro iniciou a semeadura do milho 2ª safra e até o final do mês 28% tinha sido semeado. A grande maioria das lavouras foi classificada como boa (99%).
FEIJÃO 1ª SAFRA – Até o final de janeiro, 97% do feijão primeira safra já tinham sido colhidos. As produtividades foram altas na região Sul, onde se concentra 74% da safra. O destaque foi a região dos Campos Gerais com produtividade de 2.378 kg/ha, valor atingido devido ao investimento em tecnologia aliado à condição climática favorável. Atualmente, a produtividade média paranaense é de 2.020 kg/ha, a segunda melhor já verificada, atrás dos 2.075 kg/ha produzidos na safra 2019/2020.
FEIJÃO 2ª SAFRA – Até o final de janeiro, 38% do feijão segunda safra já tinham sido semeado. A grande maioria das lavouras foi classificada como boa (95%), com o restante apresentando desenvolvimento médio.
SOJA – Em janeiro iniciou a colheita da soja e 23% foi colhida até o final do mês, com produtividade abaixo do esperado. A seca e as altas temperaturas ocorridas na primeira quinzena de janeiro, que gerou alta evapotranspiração e aumento do déficit hídrico, prejudicaram muito as lavouras, especialmente as que estavam na fase final de frutificação. As regiões mais afetadas foram a Oeste, Noroeste e Centro-Oeste. Outro problema foi o excesso de chuvas na segunda quinzena, que dificultou a aplicação de defensivos contra pragas e doenças, bem como dificultou a colheita.
Assim, somente 76% das lavouras no campo estavam em boas condições de desenvolvimento, 20% medias e 4% ruins.
CANA-DE-AÇÚCAR – No final de janeiro a cana-de-açúcar estava em sua maior parte na fase de desenvolvimento vegetativo e as condições climáticas favoreceram seu crescimento.
MANDIOCA – A colheita de mandioca foi iniciada paulatinamente, com produtividade dentro do esperado.
CAFÉ – Em janeiro os cafezais apresentaram um bom enchimento dos grãos e sanidade, devido às condições climáticas favoráveis.
OLERICULTURA – A colheita da olericultura em geral foi encerrada em janeiro, confirmando ótimas produtividades. Foram colhidos 83% e 64% da batata e tomate 1ª safra, respectivamente, também apresentando boas produtividades.
FRUTICULTURA – Em janeiro, continuaram as colheitas de uva de mesa e para suco, além da maçã, que também apresentou boa produtividade. Também prosseguiu a colheita de laranja, pera, manga e goiaba. As condições climáticas foram favoráveis, o que contribuiu para uma boa produtividade e uma oferta abundante de frutos.
PASTAGENS –As pastagens apresentaram aumento na produção de massa verde, o que proporcionou boas condições para o pastoreio.
MANANCIAIS HIDRICOS – Os níveis dos rios, riachos e lagos estão dentro da normalidade.