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Renda dos paranaenses teve alta de quase 15% em 2024 (Foto: Marcello Casal Jr/ABr)

A renda da população do Paraná foi a terceira que mais cresceu em todo o Brasil no ano passado. É o que revelam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), cujo módulo “Rendimento de todas as fontes” foi divulgado na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2024, o rendimento mensal real domiciliar per capita dos paranaenses teve alta de 14,9% na comparação com 2023, atingindo o maior valor de toda a série histórica, iniciada em 2012: R$ 2.438.

No Brasil, no mesmo período, o rendimento per capita avançou 4,72%, passando de R$ 1.929 para R$ 2020. Ou seja, o crescimento paranaense foi bem acima da média nacional. E não à toa o estado registrou o terceiro maior avanço de todo o país. Apenas Sergipe (+15%) e Pernambuco (+24,1%) tiveram resultados mais expressivos. Mas nesses dois estados a renda da população fica bem abaixo do Paraná (R$ 1.436 e R$ 1.412, respectivamente).

Entre todas as unidades da federação, o Paraná possui o quinto maior rendimento mensal real domiciliar per capita, tendo subido uma posição na comparação com o ano anterior, superando o Rio de Janeiro (com R$ 2.422). Apenas Distrito Federal (R$ 3.361), São Paulo (R$ 2.588), Santa Catarina (R$ 2.544) e Rio Grande do Sul (R$ 2.532) ficam na frente dos paranaenses, mas a diferença em relação aos estados líderes caiu expressivamente no último ano.

Desigualdade voltou a avançar

Apesar do rendimento per capita ter avançado, a desigualdade entre os paranaenses também voltou a avançar, após dois anos consecutivos (2022 e 2023) em queda. Em 2024, os 10% da população com os rendimentos mais elevados recebiam o equivalente a 11,1 vezes o rendimento dos 40% da população com menores rendimentos. Com isso, o Paraná voltou ao patamar registrado em 2021. A menor razão da série histórica ocorreu em 2015 (9,9) e o pico, em 2018 (12,1).

Já o 1% da população com maiores rendimentos recebia o equivalente a 31,3 vezes o rendimento dos 40% com a menor renda. Esse resultado é o pior desde 2018 (31,5), e a menor razão entre esses dois segmentos ocorreu em 2015 (23,6). Já o auge desse indicador (32,3) foi atingido em 2012, primeiro ano da série da pesquisa.

Por fim, o índice de Gini do rendimento mensal real domiciliar per capita acabou avançando, passando de 0,463 em 2023 para 0,477 em 2024. Com isso, voltou ao mesmo patamar de 2019. O menor Gini da série (0,453) ocorreu em 2015 e o maior (0,483), em 2012. Esse indicador mede a concentração de renda e varia de 0 (máxima igualdade) a 1 (máxima desigualdade).