Economia Paralisação

Só administrativos da Bosch voltam aceitam proposta

Paralisação de metalúrgicos entra hoje no 5º dia. Amanhã, está marcada nova assembleia

Redação Bem Paraná, com SMC

Caso a empresa ofereça uma nova proposta até o final da tarde desta terça-feira (21), será realizada uma assembleia na manhã desta quarta-feira (22)

Os 3,65 mil metalúrgicos da Bosch rejeitaram a nova proposta apresentada pela empresa e continuam de braços cruzados. A greve entra hoje no 5º dia.

A maior metalúrgica do Paraná apresentou uma proposta de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) muito abaixo do que o mercado vem pagando. A Bosch ofereceu uma PLR de R$ 6 mil para 100% das metas, R$ 7 mil para 115% das metas (o que é inatingível, pois as metas já estão extremamente arrochadas) e R$ 8 mil para 130% das metas (patamar igualmente inatingível), com 1ª parcela de 5,2 mil para julho. Empresas de mesmo porte fecharam uma PLR bem maior do que a apresentada pela Bosch, como é o caso da CNH (R$ 8 mil), da Renault (R$ 12 mil), da Volvo (R$ 15 mil) e da Volks (R$11,5 mil). Indústrias de porte menor também estão pagando PLR maiores, tais como a Cabs (60 funcionários e PLR de R$ 7 mil para 100% das metas) e a Seccional (63 funcionários e PLR de R$ 8 mil para 100% das metas).           

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, a proposta apresentada pela Bosch está abaixo do esperado pelos trabalhadores. Temos que considerar o valor para 100% das metas, por que na Bosch jamais foi alcançado acima de 104%, e R$ 6 mil está muito abaixo do valor reivindicado pelos trabalhadores. 

A reivindicação dos metalúrgicos é de uma PLR de, no mínimo, R$ 9 mil para 100% das metas, valor que representa a média dos benefícios de PLR pagos por empresas do porte da Bosch.
 
Administrativo aprova proposta – Os 950 trabalhadores do setor administrativo da Bosch aprovaram a proposta em assembleia na manhã de hoje e voltaram a trabalhar.
 
Bosch Curitiba
A fábrica da Bosch, localizada na Cidade Industrial de Curitiba, produz bombas injetoras para sistemas a diesel. A empresa possui mais três plantas no Brasil: duas em Campinas (SP) e uma em Aratu (BA), as quais empregam que empregam 6,6 mil trabalhadores. As unidades instaladas no país fabricam produtos e prestam serviços automotivos para montadoras e para o mercado de reposição, ferramentas elétricas, sistemas de segurança, termotecnologia, máquinas de embalagem e máquinas industriais. Em 2010, os lucros da Bosch mundial chegaram a R$ 118 bilhões.