
A briga tarifária implementada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a China, tem provocado preocupação entre as empresas brasileiras. No Paraná, a Daju, grupo tradicional que atua na importação de itens de casa e decoração, tem buscado estratégias para se adaptar à nova realidade e fugir ao tarifação sem onerar os preços dos produtos vendidos nas unidades da marca.
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Assim como outras lojas brasileiras que trabalham com um grande portfólio de produtos importados. a Daju já começa a perceber ociosidade de indústrias da Europa e da Ásia. Com as tarifas maiores, elas tentam redirecionar o grande volume de produtos que tinham como destino os Estados Unidos para a América Latina e outros mercados.
Grupo trabalha com 20% de itens importados
Com um portfólio de mais de cem mil produtos, a paranaense Daju tem cerca de 20% deles vindos de outros países, principalmente Bélgica, China, Índia, Egito e Turquia. A empresa é referência em importação no setor de casa e decoração e buscou se adaptar ao atual cenário global com inteligência estratégica e agilidade.
“Nossa equipe de compras está nesse momento viajando ao redor do mundo para buscar tendências e trabalhar no controle de qualidade do que será importado. E temos visto uma possibilidade de redução nos preços de 5 a 10% a partir de uma abertura maior para negociação que temos encontrado”,
conta o proprietário da rede de lojas, Roger Karsten Lorenz.
Como a previsão de chegada desses produtos costuma ser de em torno de quatro meses, a expectativa é que esse impacto comece a ser sentido pelos consumidores na coleção verão.
Importações em alta apesar de tarifaço
De janeiro a março de 2025, as importações brasileiras já tiveram um crescimento de 13,7%, se comparado ao mesmo período do ano passado, representando uma movimentação de mais de 67 bilhões de dólares. O cenário deve contribuir para a expectativa de crescimento da rede paranaense, que conta com lojas físicas e e-commerce.
“Estimamos aumentar em 20 a 30% o faturamento em 2025 em relação a 2024”,
comenta Roger.
Grupo do Paraná tem escritórios no exterior
Mais do que buscar preços, a estrutura de compras – que conta com uma equipe de dez pessoas e dois escritórios internacionais na Ásia e na Europa – está muito focada na curadoria dos itens.
“Para a Daju, importar é mais do que trazer produtos – é traduzir tendências globais em soluções que encantem o lar brasileiro. As importações são muito importantes para garantir produtos exclusivos, trazer tendências e novidades, e também oportunidades com os melhores preços do Brasil”, finaliza.