Economia inteligência artificial

Transformação digital e uso de dados redefinem a Gestão de Crédito

Assessoria de imprensa
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Imagem ilustrativa (Freepik)

A transformação digital e o uso de novas fontes de dados estão revolucionando a análise de crédito e a tomada de decisões empresariais e de mercado em diversas partes do mundo, especialmente em regiões como a América Latina, onde a infraestrutura e a maturidade digital apresentam desafios únicos. Durante o webinar “Data-Driven Decision Making: Tendências na Gestão de Crédito”, promovido pela Coface em 23 de janeiro, especialistas discutiram como a tecnologia e a análise estratégica de dados estão remodelando as operações empresariais.

Um exemplo claro dessa transformação vem da parceria da Coface com a The LYCRA Company, líder mundial em soluções de fibras para o setor de vestuário. A empresa implementou uma solução de análise de crédito que melhorou a agilidade e a segurança nas decisões financeiras, o que foi essencial para enfrentar desafios econômicos e políticos, como os enfrentados na Argentina. “A parceria com a Coface nos ajudou a reduzir a inadimplência e a manter nossas vendas em um cenário instável. Replicamos esse modelo em outros países, o que aumentou a segurança de nossas operações globais”, explicou Patrícia Godoy, Senior Financial Analyst na The LYCRA Company Brasil.

Ajay Handa, Diretor Global de Dados da Coface, destacou o paradoxo atual: enquanto, no passado, o maior desafio era a falta de dados, hoje o problema é a sobrecarga de informações. “Há 25 anos, o maior desafio era obter dados. Hoje, o principal desafio é como usá-los de forma eficiente”, afirmou. Com operações em mais de 200 países, a Coface enfrenta a complexidade de alinhar dados de diferentes contextos econômicos, sociais e regulatórios. “É preciso inovação e modelos preditivos que se adaptem a um mercado global em constante mudança. O futuro dos dados está na velocidade e na precisão, e o verdadeiro desafio não é apenas coletá-los, mas transformá-los em valor estratégico”, concluiu Handa.

Em sua contribuição, Leonardo Oliveira, Head de Dados da América Latina da Coface, ressaltou o impacto da colaboração na evolução da análise de crédito. A introdução de dados alternativos, como informações financeiras em tempo real, e o uso de modelos baseados em machine learning têm transformado a avaliação de riscos e a tomada de decisões estratégicas. Contudo, ele apontou que a fragmentação e a inconsistência dos dados nos países da região continuam sendo obstáculos significativos. “A colaboração entre empresas, governos e instituições é essencial para superar essas barreiras e melhorar a eficiência no mercado”, comentou Oliveira.

Outro ponto destacado foi o papel crescente da inteligência artificial (IA) na modelagem preditiva e na análise de dados em tempo real. “A IA é uma ferramenta poderosa, mas sua eficácia depende da qualidade e consistência dos dados disponíveis”, observou Handa. Ele também enfatizou a necessidade de flexibilidade para que as empresas possam se adaptar rapidamente às mudanças tecnológicas.

Além disso, questões regulatórias, como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil e o Open Finance, foram discutidas como elementos importantes na definição de um uso ético e integrado dos dados. “A regulamentação apresenta desafios, mas também abre oportunidades para criar soluções mais seguras e inovadoras”, afirmou Oliveira.

Os especialistas reforçaram que a colaboração entre empresas, tecnologias emergentes e práticas regulatórias será essencial para superar os desafios e aproveitar o potencial das inovações. “Com flexibilidade, inovação e uma abordagem estratégica em relação aos dados, estamos estabelecendo um novo padrão para a gestão de riscos de crédito”, concluiu Handa.