Tânia Rêgo/Agência Brasil

O varejo do Paraná registrou em fevereiro um dos maiores tombos no volume de vendas entre todas as unidades da federação brasileira. Segundo dados da segunda edição do seu Índice de Atividade Econômica Stone Varejo, divulgados nesta sexta-feira (10 de março), no último mês as vendas no varejo tiveram queda de 8,8%, resultado bem pior que média nacional (com retração de 7,6%) e melhor apenas que o registrado em Ceará (-15,1%), Pernambuco (-14,8%), Sergipe (-9,4%) e Rio de Janeiro (-9,4%).

O estudo, elaborado pela Stone (empresa de tecnologia e serviços financeiros) em parceria com o Instituto Propague, aponta que o feriado prolongado de Carnaval foi um dos responsáveis por impactar os resultados do comércio físico no varejo. Em 2022, esse impacto havia sido atenuado pelas restrições da pandemia e normalização do calendário festivo. Este ano o feriado prolongado prejudicou os indicadores dos sete segmentos analisados, bem como as atividades em 26 dos 27 estados – a única exceção foi o Espírito Santo, com alta de 0,7%.

Entre todos os segmentos analisados no Brasil, apenas o de artigos farmacêuticos apresentou sinais de melhora. Embora tenha apresentado queda de 2,4% do volume de vendas em fevereiro, no comparativo ano contra ano teve melhora de 1,2%.

Já entre os outros seis segmentos analisados, o que apresentou pior resultado no período foi o subsegmento de hipermercados e supermercados, que registrou queda de 13,9% no volume de vendas em fevereiro, no comparativo ano contra ano. Enquanto isso, o segmento de tecidos, vestuário e calçados também chamou atenção pela queda de 12,2%, seguido pelo de livros, jornais, revistas e papelarias, com queda de 9,2%.

“Nosso estudo não tem o objetivo de verificar relações de causalidade do que acontece em cada mês e a evolução dos indicadores. Porém, no senso comum, sabemos que feriados prolongados impactam o setor de diferentes formas”, explica o pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, responsável pelo levantamento, Matheus Calvelli. “Ao compilar e organizar esses dados, nosso objetivo é ajudar o empreendedor a compreender o atual momento do mercado para ele planejar de forma estratégica os seus próximos investimentos e a gestão do seu negócio considerando cenários semelhantes”, complementa.

A pesquisa

O estudo tem como base a metodologia proposta pelo time de Consumer Finance do Federal Reserve Board (FED), que idealizou um modelo de indicador econômico similar nos Estados Unidos. O objetivo é mapear mensalmente os dados de pequenos a grandes varejistas e divulgar um retrato do varejo nacional.

O Índice de Atividade Econômica Stone Varejo avalia sete segmentos:

1) Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos;
2) Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo;
2.1) Hipermercados e supermercados (é um sub-segmento do segmento 2);
3) Livros, jornais, revistas e papelaria;
4) Móveis e eletrodomésticos;
5) Tecidos, vestuários e calçados;
6) Material de Construção.