Como estudar em tempos de “ctrl c ctrl v”?

Oito em cada dez estudantes brasileiros recorrem à internet para pesquisas scolares

Da redação

Se você nasceu até o início dos anos 1990, provavelmente tinha uma enciclopédia Barsa, que continha “todos os conhecimentos do mundo”, segundo o imaginário infantil da época, ou passava tardes  na Biblioteca Pública do Paraná fazendo pesquisas para os trabalhos.  Hoje em dia, qualquer resposta está a menos de 1 segundo de distância em sites de busca na internet. E aí é que entra o recurso perigoso para a aprendizagem: o “ctrl c ctrl v”, ou copiar e colar.
Oito de cada dez estudantes brasileiros recorrem à internet para pesquisas escolares. Realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Pesquisa do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2015 apontou que o estudante brasileiro é o que mais tempo fica na internet (3 horas por dia), atrás apenas do Chile (195 minutos/dia).
O excesso de exposição à rede, segundo o estudo, torna o estudante brasileiro um dos mais ansiosos – mesmo estando preparado para uma prova, 80,8% declararam ansiedade na hora do teste, quando a média entre os países estudados é de 55,5%. A pesquisa apontou também que o uso da tecnologia nos estudos faz com que os jovens se sintam agentes do próprio conhecimento, autonomia que é positiva na autoestima e consequentemente na melhoria do desempenho e interesse no conteúdo.
Segundo o psicólogo Nelson Fernandes Junior, coordenador da Comissão de Psicologia Escolar e da Educação do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR),  no entanto, ao fazer trabalhos com uma montagem de vários conteúdos o aluno não reflete sobre o conhecimento que está estudando. “Quanto mais significados e conteúdos elencamos ao investigarmos uma temática, possivelmente iremos empreender a construção do conhecimento de forma mais ampla e coesa. No entanto, muitos conhecimentos são obrigatórios para que, de posse deles, o profissional extrapole o senso comum e caminhe na cientificidade da formação. Mesmo que interpretados como menos significativos, eventualmente”, afirma o Psicólogo.
Então, a preocupação que chega às escolas nesta era ultratecnológica é da memorização mecânica em detrimento da compreensiva. “Existe um imediatismo para realizar as tarefas, o que não favorece a reflexão. A Psicologia Escolar, entre outras funções, deve propiciar a tomada de consciência de que este problema está acontecendo”, explica. Algumas ações que podem auxiliar são reuniões e treinamentos com pais e professores, além de dinâmicas com os alunos que os auxiliem a ter mais atenção. “É preciso parar um tempo em sala de aula para pensar sobre estas questões, ou então o processo de ensino e aprendizagem corre risco de não ser efetivo”, diz.


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