
A quase um mês das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os estudantes começam a sentir a tensão da reta final para o exame. Celso Lopes de Souza, psiquiatra e diretor do Programa Semente, afirma que o domínio de algumas habilidades socioemocionais é um grande aliado que pode impactar no resultado. O enfrentamento dos vestibulares e do Enem talvez seja o primeiro grande desafio profissional dos jovens.
Um candidato que não apresentar um grau de excelência nos quesitos técnicos (conhecimento do conteúdo programático) e psicológico (administrar a ansiedade no momento da prova) terá dificuldades para conseguir um bom resultado. A um mês do Enem , ainda é possível desenvolver algumas técnicas que podem auxiliar no equilíbrio emocional.
Para Souza o furacão de emoções que invade os vestibulandos nessa época do ano pode ser melhor administrado quando algumas habilidades socioemocionais são colocadas em prática.
Por exemplo, reconhecer e nomear as emoções, identificar os pensamentos que estão estruturando essas emoções e reformular esses pensamentos quando eles estão distorcendo a realidade são estratégias sólidas para desenvolver o autocontrole na hora da prova. “Chamamos isso de flexibilização cognitiva”, afirma.
Celso explica que, mesmo capacitados em termos de conhecimento, muitos estudantes “derrapam” no momento da prova e comprometem o resultado.
Confira algumas dicas e prepare-se
- Reconheça a ansiedade — A primeira coisa a se fazer para controlar o nervosismo é exatamente perceber que se está em um momento de ansiedade. Muitas vezes isso passa batido e quando o estudante vê, já está em pânico. Por exemplo: tudo começou apenas com uma questão de matemática muito difícil de resolver. Depois, as mãos começam a suar, as pernas ficam inquietas, começa a roer a unha… Eis um quadro típico de ansiedade. Existem outros sintomas que podem ser observados para identificar o nervosismo: tremores, tontura, boca seca, taquicardia, gagueira, sensação de sufocamento, sentir-se imobilizado, ficar com braços rígidos, entre outros. Ao perceber qualquer um deles é hora de parar e respirar fundo
- Planeje — O ser humano se sente muito mais seguro quando enfrenta uma situação a que já está familiarizado. Para evitar imprevistos, o estudante deve visitar o local de prova antes do dia do vestibular
- Antes da prova — Não vale a pena estudar na véspera do exame. Com isso, o aluno acaba dando ao corpo um sinal de que ele não está preparado o suficiente, gerando ainda mais ansiedade. O estudante deve confiar no desempenho durante o ano. Agora é hora de relaxar
- Na hora da prova — Não pense sobre os concorrentes. Ninguém tem bola de cristal, então não dá para saber se quem está ao lado vai ir melhor ou pior. A ansiedade pode aumentar quando os estudantes começam a sair antes da sala. Quando isso acontecer, o ideal é que o estudante pense: “estou aproveitando meu tempo melhor do que eles” e continue a prova. Deixe as questões mais difíceis para o fim. Está em dúvida entre duas alternativas? Pare e responda a questão depois para ter tempo de pensar melhor na resposta
- Respire bem — Seguiu todas as dicas e mesmo assim ainda sente que vai ter um ataque de ansiedade a qualquer momento? Calma! É possível reestabelecer a calma com exercícios de respiração. Dá pra fazer em qualquer lugar, de pé ou sentado (até mesmo durante a prova). Inspire o ar até conseguir ver sua barriga se movimentando e depois, expire devagar. Repita algumas vezes, até perceber que está melhor. Esse tipo de respiração, pelo diafragma, é capaz de aproveitar melhor a capacidade dos pulmões. Ela permite que se receba até sete vezes mais oxigênio do que na respiração torácica, fazendo com que o seu cérebro trabalhe melhor.