Se preparar com antecedência para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), para o vestibular e até mesmo para enfrentar uma prova de um concurso público não é tarefa fácil. Pesquisadores, professores e pedagogos orientam aos  interessados que é importante estabalecer uma rotina de estudos e escolher os melhores métodos para conseguir ter um bom desempenho nas provas. 
A primeira dica é elaborar um cronograma de estudos segundo Mariana Bruno Chaves, psicopedagoga e especialista em Linguagem das Artes.Mariana ressalta que estudar um pouco todos os dias, sempre no mesmo horário e focar na leitura, independente do assunto, também são pontos importantes. 
Mas além destas orientações vale a pena ver os resultados aprensentados por uma pesquisa  que analisou a utilidade e eficácia de dez métodos de estudo. O trabalho foi publicado pela Association for Psychological Science, uma organização norte-americana não lucrativa. Os pesquisadores classificaram os métodos em três categorias de acordo com a eficácia: alta, moderada e baixa. 


Métodos de estudos e dicas para melhorar o desempenho

Alta eficácia
1Testes práticos
Os pesquisadores apontam que as qualidades dessa técnica estão justamente na variedade de formatos que ela pode tomar: questões de múltipla escolha, testes do tipo “preencha a lacuna”, questões dissertativas, entre outras. Duas variáveis aumentam a eficiência da técnica. A primeira: quanto mais testes, melhor. A segunda diz respeito a repetir o teste aplicado quando você não acerta a questão. Ver a mesma pergunta, mas depois de um tempo e não logo depois de tê-la visto pela primeira vez (isso ajuda na fixação do conteúdo).
2 Prática distribuída de estudos
Os especialistas identificam o padrão de “procrastinação” na maioria dos estudantes, por isso, apesar da prática distribuída dos estudos ser muito eficiente, ela quase nunca é usada por conta desse comportamento natural dos alunos, de só estudar quando as provas estão chegando.
Média eficácia
3 Elaboração de perguntas
No momento que o estudante elabora as questões enquanto estuda, adiciona novas informações a conhecimentos que já possuía. Desse modo, essa técnica se mostra mais eficiente entre os estudantes mais velhos, principalmente do ensino superior e do Ensino Médio.
Para elaborar perguntas relevantes, é preciso estar minimamente familiarizado com o assunto, por isso esse método não é muito útil para estudantes das primeiras séries do Ensino Fundamental, por exemplo. 
4 Explicar o conteúdo para si mesmo
A técnica só dá certo se o aluno entender o assunto e conseguir decodificar o que está aprendendo. Não adianta apenas falar em voz alta o texto fazendo uma paráfrase, ou seja, trocando algumas palavras.
5 Estudo intercalado de diferentes conteúdos
Geralmente, o aluno estuda um conteúdo até terminar todos os itens que fazem parte do assunto. Uma das justificativas para a eficiência do método é que o estudante, ao retomar um tema visto anteriormente, acessa a memória de longo prazo e força o cérebro a lembrar de algo que não foi visto nos últimos minutos, ajudando a fixar o conteúdo.

Baixa eficácia
6 Resumo

O grande problema para a implementação dessa técnica é que nem sempre o estudante consegue saber quais são as ideias principais de um texto. Isso pode acontecer tanto por não ter feito uma boa interpretação durante a leitura, como por não saber extrair o essencial em um resumo e, com isso, acabar apenas reescrevendo o texto todo com outras palavras.
7 Grifar textos
Os problemas dessa técnica estão relacionados em parte à de resumo: é preciso saber o que é importante grifar. Outra questão é a quantidade de texto sublinhado. Muitos estudantes grifam grandes blocos, de modo que não se consegue distinguir muito bem o que está destacado. Esse “excesso” prejudica a capacidade de lembrar o que foi selecionado.
8 Associação mnemónica
Usar palavras-chave mnemônicas (para recordar) na aprendizagem de vocabulário em língua estrangeira ou o uso de imagens mentais associadas a um conteúdo verbal específico. Essa prática apresenta algumas limitações: não são todos os conceitos que podem se transformar em imagens e, segundo estudos, esse método pode não ser muito eficiente para a memorização a longo prazo.
9 Associação de imagens com textos
A técnica pode ajudar a formar uma narrativa, de modo a organizar o assunto de uma maneira mais clara a partir das imagens. A associação de imagens foi classificada como de baixa utilidade porque os pesquisadores não conseguiram identificar com clareza em quais situações o método dá certo.
10 Releitura
Estudos analisados revelaram que é melhor dar uma pausa maior entre a leitura e a releitura do que já reler logo após terminar o texto (esperar 2 ou 4 dias para retomar o material). No entanto, apesar da “facilidade” de se executar essa técnica ela não é muito ineficaz quando comparada a outras citadas por aqui, segundo os pesquisadores.