
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta segunda-feira (28) que as portas da Casa Branca estão fechadas para negociação com o governo Lula (PT) no âmbito do tarifaço de 50% imposto pela gestão Donald Trump. O filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a postura do petista foi a responsável por essa inviabilidade no diálogo.
“O Lula parece não querer negociar porque está alimentando uma discórdia, atacando o presidente Trump a todo momento. Sempre que pega o microfone não parece o presidente da República de uma nação com a importância e o tamanho do Brasil. Parece um bêbado discutindo num bar como se estivesse com um amiguinho”, disse o senador em entrevista à rádio Itatiaia.
O senador disse que o irmão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), apenas “levou informações” ao presidente americano e que não tem o poder de manipular Trump. Para ele, as falas de integrantes do governo de que Eduardo estaria inviabilizando as negociações são um “bode expiatório”.
Sanção de Trump
Flávio também disse não imaginar que os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), respectivamente, serão alvos de sanções americanas, como foi especulado recentemente por Eduardo.
“Seria desastroso ainda mais aqui para o Brasil. Mas o presidente Trump tem todas as cartas sobre a mesa. Eu acredito que não vai chegar a esse ponto, ou a questão de desligar GPS, muito menos algo militar. A gente não está falando disso hoje, as reações são muito mais comerciais”, disse o senador na entrevista.
Flávio, que estava de férias no exterior, voltou ao país na semana passada. Ele recebeu críticas de bolsonaristas por viajar em meio ao turbilhão envolvendo o pai.
Em entrevista à ‘Folha de S.Paulo’ em junho, o filho 01 do ex-presidente disse que, para receber o apoio do pai, o candidato à Presidência deve conceder indulto ao seu pai. E também deve brigar com o Supremo por isso, se for preciso.
Perto do desfecho do julgamento que pode condenar Bolsonaro pela trama golpista, Flávio insiste na candidatura do pai em 2026, mas já fala com mais abertura sobre um cenário sem ele – e sobre a principal credencial para um eventual sucessor.