O empresário Thiago Brennand foi condenado nesta segunda-feira (1º) a oito anos de prisão em regime fechado por mais um caso de estupro do qual foi acusado. O crime ocorreu em 2021 e a vítima é a ex-miss e estudante de medicina Stefanie Cohen. Brennand também terá de pagar uma indenização. A defesa dele fala em injustiça. Cabe recurso.
A vítima afirmou ter conhecido Brennand em jantar e voltado a vê-lo em restaurante japonês. Stefanie relatou que os encontros ocorreram em outubro de 2021, em São Paulo. No segundo, Brennand pediu duas caipirinhas de caju, após as quais ela começou “a passar mal” e “sentir uma tontura”, até perder a consciência.
“Eu só lembro assim que eu perdi a força, que eu fiquei muito sonolenta, jogada mesmo, e que ele era muito violento, queria rasgar roupa. Tudo com o Thiago começou a virar violento”, disse Stefanie, em depoimento ao Ministério Público de São Paulo.
A mulher disse ter sido violentada em hotel no Itaim Bibi. No dia seguinte, relatou ter acordado sob vigilância de um segurança armado. Em seguida, recebeu mensagens de teor sexual e um vídeo íntimo enviado pelo empresário sem seu consentimento.
Denúncia ocorreu após repercussão de agressão a outra mulher em academia. A ex-miss contou que o vídeo gravado por Brennand a impediu de denunciá-lo de imediato.
Além dos oito anos de prisão, Justiça determinou indenização. Brennand terá de pagar R$ 200 mil à vítima.
O que dizem os advogados
Advogados de Stefanie dizem ter “confiança” na Justiça. O grupo formado por Márcio Janjácomo, João Vinicius Manssur, Márcio Janjácomo Júnior e Marcelo Zovico afirmou, ainda, ter “compromisso incansável com a defesa e acolhimento das vítimas, especialmente na prevenção e no combate à violência contra a mulher”.
A defesa de Thiago Brennand fala em injustiça. “Hoje tem prevalecido o chamado direito penal do autor. Pouca relevância tem se dado as contundentes provas apresentadas”, diz o advogado Roberto Podval. “Não presenciei injustiça maior em todos os meus anos de advocacia. Espero honestamente que os Tribunais tenham real comprometimento com os fatos.” Ele vai recorrer da decisão.
Denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 -Central de Atendimento à Mulher- e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.