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(Foto: Freepik)

Segundo dados da Pesquisa Nacional Datafolha, divulgada no final do ano passado, 67% dos brasileiros não têm reserva de emergência para atender a contratempos maiores, como a perda do emprego. Dos que guardam algum dinheiro, 10% disseram que conseguiriam manter o mesmo padrão de vida por, no máximo, seis meses no caso de perda brusca da renda. Quando a pergunta é sobre os respondentes terem se preparado financeiramente para a aposentadoria, 92% afirmam que não. 

Os dados revelam não só as dificuldades financeiras vividas pelos brasileiros no dia a dia, como também a possibilidade de a situação se prolongar para o futuro. Diante desta projeção, economistas sugerem planejar desde cedo a aposentadoria para garantir fontes alternativas de renda e, assim, conquistar uma vida mais confortável e estável na terceira idade. 

Em entrevista concedida à imprensa, o professor de finanças, Pierre Oberson, destacou a importância de se familiarizar com o planejamento de longo prazo a fim de poupar para a aposentadoria. Na visão do especialista, muitas pessoas começam a pensar no tema próximo dos 50 ou 60 anos, o que torna a conquista da estabilidade financeira um desafio maior. Ele reforça que, para uma aposentadoria tranquila, é fundamental criar o hábito de economizar desde cedo, mesmo que sejam valores baixos.

Sobre o melhor momento para se pensar em previdência, o especialista em finanças e investimentos, Eduardo Mira, defende que “quanto mais cedo, melhor”. Em artigo sobre o tema, ele aconselha criar o hábito de investir parte da renda todos os meses, enquanto o trabalhador estiver em plena atividade profissional.

O especialista, no entanto, alerta que investir com o objetivo de se aposentar é muito vago. Por isso, ele sugere detalhar uma meta a partir de informações bem definidas, como idade que a pessoa pensa em aposentar, renda mensal desejada e quanto precisa acumular até a data definida para a aposentadoria. 

Opções de investimentos para a aposentadoria

Para fazer o dinheiro economizado render, a alternativa apontada pelos especialistas em finanças é investir. Entre as opções disponíveis no mercado, os investimentos de renda fixa, com prazos maiores e baixo risco, são os mais recomendados.

Tesouro Direto: títulos públicos federais que, via de regra, pagam mais do que a caderneta de poupança e garantem rendimentos acima da inflação. A rentabilidade varia conforme a modalidade escolhida: no Tesouro Selic, os ganhos seguem a taxa básica de juros; no Tesouro IPCA+, o investidor contrata uma taxa fixa acrescida da taxa da inflação; e no Tesouro Pré-Fixado, a rentabilidade é definida no momento da compra, garantindo o valor corrigido no resgate. 

CDB: o Certificado de Depósito Bancário (CDB) também garante retornos superiores à poupança e podem ser uma escolha interessante para juntar dinheiro para a aposentadoria. É preciso atentar para a liquidez e por quanto tempo o dinheiro deverá ficar investido para preservar a rentabilidade. Os CDBs são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em até R$ 250 mil.  

LCI e LCA: as letras créditos possuem características semelhantes aos CDBs, mas com algumas particularidades. Estão vinculadas aos setores imobiliário e agronegócio. 

Previdência Privada: oferece uma complementação de renda que pode ser vitalícia ou por um período determinado. As aplicações são feitas em fundos de investimentos, que podem ter produtos de renda fixa ou renda variável. Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) dão conta de que os planos de previdência privada são a opção de investimento de apenas 5,3% da população.