

O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) continuam sendo um desafio de saúde pública em todo o mundo. Desde o início da epidemia na década de 1980, milhões de pessoas foram afetadas pelo vírus, que ataca o sistema imunológico, tornando o corpo mais vulnerável a infecções e doenças. Especificamente no litoral do Paraná, a situação é de atenção. A região conta com cerca de 6 mil pacientes soropositivos e apenas aproximadamente 2 mil estão em tratamento.
Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou por meio do seu Boletim Epidemiológico que Paranaguá, Litoral do Paraná, estava na 4.ª posição no ranking dos 100 municípios com mais de 100 mil habitantes com o maior número de casos de HIV/Aids, perdendo apenas para Canoas, Porto Alegre e Camboriú que correspondem ao primeiro, segundo e terceiro lugares com maior número de casos respectivamente.




A enfermeira do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Paranaguá, Suellen Lacerda explica que o setor atende pacientes dos sete municípios litorâneos. “Paranaguá́ faz o levantamento de dados do litoral e atende moradores de todas as cidades litorâneas e também acompanha esse paciente. Fazemos todo o serviço de testagem, acompanhamento psicológico, acompanhamento médico, de enfermagem, laboratorial e dispensação dos medicamentos para esses pacientes de todo litoral”, informa.
A população pode buscar a realização do teste rápido para Sífilis, HIV/Aids e hepatites B e C, no CTA, localizado no Centro de Diagnóstico João Paulo II, vila Divineia, para testagens segunda, terça e quarta pela manhã̃. “O acompanhamento dos pacientes que já́ estão em tratamento, são atendidos de segunda a sexta-feira, durante todo o dia. Quanto a realização do teste rápido, o cidadão que nos procura, passa por aconselhamento com a psicóloga. A coleta é feita por uma enfermeira do setor. Quando o resultado é reagente damos continuidade ao tratamento”, acrescenta Suellen Lacerda.
PREVENÇÃO
Fernanda Scomação Carvalho, diretora na Secretaria Municipal de Saúde destaca que o preservativo é fundamental para evitar diversas doenças, mas a Saúde em Paranaguá também conta com outros métodos específicos para evitar o vírus HIV e que são gratuitos para a população.
“O uso do preservativo é muito importante e deve ser usado, mas o que poucos conhecem é que também temos métodos terapêuticos, métodos medicamentosos para prevenção ao HIV. Temos a PEP, que é uma estratégia medicamentosa utilizada após a relação sexual de risco, naquele momento que a camisinha rompeu ou que não houve proteção e há o risco de infecção. O PEP é um medicamento que vai ser usado durante um período que vai ajudar o organismo a combater uma possível infecção. Dele precisa ser ingerido em até 72 horas após o contato de risco”, explica.
“Já o PrEP, é uma estratégia medicamentosa pré-exposição. Ele é ainda destinado mais para as populações de risco como o casal sorodivergente, por exemplo. É uma estratégia maravilhosa também de combate à infecção e também é gratuito”, afirma.
Ambos os medicamentos podem ser dispensados no Centro de Diagnóstico João Paulo II, no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Com um diagnóstico precoce e o tratamento correto, com medidas de prevenção e profilaxia, a pessoa pode reduzir sua carga viral para indetectável, evitando a transmissão da doença para outras pessoas e aumentando a qualidade de vida e bem-estar das pessoas vivendo com HIV.
HIV/AIDS
Desde o início da epidemia de Aids, aproximadamente 42,3 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas à doença em todo o mundo. No Brasil, a taxa de mortalidade por Aids foi de 3,9 óbitos por 100 mil habitantes em 2023, a menor desde 2013. Em 2023, foram registradas 10.338 mortes em decorrência da Aids no Brasil.