O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira, 7, para manter a plataforma de vĂ­deos Rumble suspensa no Brasil.

Os ministros da Primeira Turma do STF vĂ£o definir, no plenĂ¡rio virtual, se confirmam a decisĂ£o monocrĂ¡tica de Alexandre de Moraes que tirou a rede social do ar em todo o territĂ³rio nacional. A votaĂ§Ă£o vai atĂ© o dia 14 de março.

Como relator, Moraes abriu os votos. O ministro manteve o posicionamento e reiterou os argumentos que havia apresentado na decisĂ£o que suspendeu o Rumble.

O bloqueio decretado por Moraes Ă© por tempo indeterminado, atĂ© a indicaĂ§Ă£o de um representante legal para responder pela empresa no Brasil e o pagamento de multas. O STF jĂ¡ definiu que plataformas estrangeiras precisam constituir representantes no PaĂ­s.

“Voto no sentido de referendar a decisĂ£o no tocante Ă  suspensĂ£o imediata, completa e integral do funcionamento do ‘Rumble INC.’ em territĂ³rio nacional, atĂ© que todas as ordens judiciais proferidas nos presentes autos – inclusive com o pagamento das multas – sejam cumpridas e seja indicado, em juĂ­zo, a pessoa fĂ­sica ou jurĂ­dica representante em territĂ³rio nacional. no caso de pessoa jurĂ­dica, deve ser indicado tambĂ©m o seu responsĂ¡vel administrativo”, defendeu o ministro.

TambĂ©m compõem a Primeira Turma os ministros FlĂ¡vio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e CĂ¡rmen LĂºcia.

O imbrĂ³glio envolvendo o Rumble tem como pano de fundo os canais do blogueiro Allan dos Santos. Alexandre de Moraes mandou a rede social bloquear o perfil do influenciador e interromper repasses de monetizaĂ§Ă£o ao canal. TambĂ©m ordenou que novos perfis do blogueiro fossem barrados. Outras redes sociais, como YouTube, Facebook, Twitter e Instagram, foram notificadas para bloquear as contas de Allan dos Santos e cumpriram as decisões de Moraes.

O STF nĂ£o conseguiu intimar o Rumble porque a empresa nĂ£o tem um responsĂ¡vel no Brasil. Os advogados localizados informaram que nĂ£o sĂ£o representantes legais da plataforma e que nĂ£o tĂªm poderes para receber citações ou intimações. No dia 17 de fevereiro, eles renunciaram ao mandato que tinham para atuar em causas da rede social.

O Rumble move uma aĂ§Ă£o contra Alexandre de Moraes na Justiça dos Estados Unidos, em conjunto com a empresa Trump Media, ligada ao presidente americano Donald Trump. As companhias alegam que o ministro do STF violou a soberania norte-americana ao ordenar a suspensĂ£o do perfil de Allan dos Santos. O blogueiro teve prisĂ£o preventiva decretada em 2021 e estĂ¡ foragido desde entĂ£o. O pedido para descumprir decisões do ministro, no entanto, foi rejeitado pela Justiça americana.

O Rumble voltou a funcionar no Brasil em fevereiro deste ano. A plataforma, que estabelece uma polĂ­tica menos restrita de moderaĂ§Ă£o de conteĂºdo, foi desativada no Brasil em dezembro de 2023 por discordar das exigĂªncias da Justiça brasileira. Ela Ă© conhecida por abrigar personalidades e usuĂ¡rios conservadores e de direita.

A queda de braço com a plataforma envolveu atĂ© o Departamento de Estado dos Estados Unidos. Em comunicado, o governo americano afirmou que “bloquear o acesso Ă  informaĂ§Ă£o e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivĂ­duos que lĂ¡ vivem Ă© incompatĂ­vel com valores democrĂ¡ticos, incluindo a liberdade de expressĂ£o”.