
Jaqueline Rodrigues Pereira, de 37 anos, morreu com um tiro na cabeça, disparado pelo marido Adriano Forgiarini, 37 anos. O caso foi registrado em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Segundo as investigações da Polícia Civil (PC-PR), Forgiarini atirou nela dentro da casa onde moravam e depois tentou simular um assalto. Eles estavam casados há dois anos.
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Forgiarini foi preso na última sexta, 26, por feminicídio por motivo fútil. O homicídio foi na madrugada de 13 de setembro. O corpo de Jaqueline foi encontrado na área externa da casa com um tiro na cabeça.
No dia, o caso foi registrado como latrocínio (roubo seguido de morte) porque, segundo a polícia, Forgiarini também apresentava ferimentos de arma de fogo. Ele foi levado em estado grave ao hospital
Cena do crime levantou suspeitas
Os investigadores e peritos desconfiaram da versão apresentada por Forgiarini após vistoriarem o local. De acordo com os peritos, a cena do crime estava “muito estranha”, conforme relato do delegado Walcely de Almeida.
Uma informação, não comprovada, a respeito de uma tentativa de roubo ocorrida há três anos, levantou mais suspeitas. De acordo com a polícia, o crime citado por Forgiarini poderia ter ligação com o ocorrido, no entanto, o roubo nunca ocorreu. E foi esse detalhe que fez com que a investigação tomasse outro rumo.
O delegado disse que na ocasião houve investigação do roubo e, após a apuração, os investigadores chegaram a conclusão de que nada tinha acontecido. O policial ainda cita a possibilidade de que à época, Forgiarini teria tentado ocultar algo, que também não foi descoberto.
Como foi o crime, segundo a polícia
O delegado explicou que apenas a câmera de segurança da varanda da casa do casal estava funcionando. As imagens revelaram a movimentação no imóvel no dia 13 de setembro pelo reflexo da porta de vidro. O áudio também foi identificado.
O material fez com que a polícia montasse a cronologia do crime, começando às 5h20: horário em que Jaqueline foi morta enquanto estava na cama. Ainda conforme o levantamento, após atirar em Jaqueline, Forgiarini teria usado o celular dela para enviar mensagem de bom dia ao grupo da família.
O áudio gravado pela câmera, segundo o delegado, revela barulhos de porta se abrindo e de algo sendo arrastado. A polícia suspeita de que seja o corpo de Jaqueline sendo levado do quarto até a área externa da casa, onde ele foi encontrado.
Uma hora e dez minutos depois, apurou a polícia, a câmera captou o barulho de outro disparo. Este seria o momento em que Forgiarini atirou em si mesmo, causando um ferimento superficial no peito. Em seguida, enviou áudios pedindo socorro e familiares e vizinhos chegaram ao local.
A arma do crime foi encontrada na propriedade da família, durante as buscas. O caso é tratado pela polícia como feminicídio por motivo fútil. A motivação, entretanto, não foi divulgada.
Forgiarini foi preso 13 dias depois do homicídio em hotel da cidade. O delegado relatou que ele não ofereceu resistência.
Leia a nota da defesa de Adriano na íntegra, assinada pelo advogado Cassiano Almeida:
A defesa de Andriano Forgiarini esclarece que acompanha atentamente as apurações em curso e reafirma sua confiança no devido processo legal e nas instituições responsáveis.
Por respeito à investigação em andamento, não serão prestadas declarações sobre o conteúdo dos fatos neste momento.
Reiteramos nosso compromisso com a ampla defesa e o contraditório, e agradecemos a compreensão da imprensa e da sociedade, frisando que qualquer manifestação será realizada nos autos e no tempo oportuno.
Quem era Jaqueline?
Jaqueline era conhecida pela alegria e determinação, segundo relato de parentes e amigos. Ela havia acabado de se recuperar de um câncer de mama, em março deste ano.
Era recém-formada em Gestão Ambiental e trabalhava como afiadora de facas em um frigorífico em Itaipulândia, no Oeste do Paraná.
Jaqueline é mãe de um menino de 11 anos, e estava casada há dois anos com Forgiarini.