A Albânia entrou para a história ao se tornar o primeiro país a nomear uma ministra criada por inteligência artificial (IA). Batizada de Diella, a autoridade digital foi designada para supervisionar processos de compras públicas e contratos, um setor marcado por vulnerabilidades e casos de corrupção.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Edi Rama durante congresso do partido governista na semana passada, com a promessa de ampliar a transparência e recuperar a confiança nas instituições.
A novidade rapidamente repercutiu fora do país. Nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), muitos usuários acharam que se tratava de uma piada ou de uma ação de marketing. Mas não é.
Diella já era conhecida pelos albaneses por meio da plataforma e-Albania, onde auxiliava cidadãos na obtenção de documentos e serviços. Agora, terá suas funções ampliadas para acompanhar licitações, analisar grandes volumes de dados e identificar indícios de irregularidades em tempo real.
Veja o discurso aqui:
“Diella, o primeiro membro do gabinete que não está fisicamente presente, mas foi virtualmente criado pela IA, vai ajudar a tornar a Albânia um país onde as licitações públicas são 100% livres de corrupção”, afirmou Rama. Em seu primeiro discurso, a própria ministra digital reforçou o caráter simbólico de sua nomeação: “Alguns me chamaram de inconstitucional porque não sou um ser humano. Permitam-me lembrar: o verdadeiro perigo para as Constituições nunca foram as máquinas, mas as decisões desumanas daqueles que estão no poder.”