Ativistas a favor da China brigam com manifestantes em Hong Kong

Folhapress

SÃO PAULO, SP – Ativistas pró-Pequim mascarados brigaram com manifestantes que defendem a democracia em Hong Kong nesta terça-feira (9). Um manifestante foi levado ao hospital. O ex-território britânico está passando por uma onda de protestos após Pequim, no domingo (31), ter descartado eleições totalmente democráticas em 2017, gerando protestos de manifestantes pró-democracia. Os candidatos terão de ser aprovados pelo governo chinês. Um movimento chamado Occupy Central ameaça protestos em massa na zona empresarial da cidade. Os confrontos aconteceram durante uma cerimônia na qual líderes e simpatizantes do Occupy rasparam a cabeça para simbolizar a interferência de Pequim e expressar sua determinação em continuar a lutar por eleições democráticas. Dezenas de manifestantes se reuniram em uma igreja lotada e explicaram que haviam raspado a cabeça de forma simbólica para mostrar que estão dispostos a fazer sacrifícios com o objetivo de garantir o futuro político do território sob administração chinesa. Um grupo de cerca de cinco pessoas, usando bonés, máscaras médicas e óculos escuros entraram no local e cantaram contra o movimento. Uma briga começou e uma pessoa foi presa. Um membro do Occupy foi levado ao hospital. Benny Tai, um dos principais organizadores do movimento Occupy, disse que é natural que as pessoas tenham opiniões diferentes, mas que era “importante expressá-las de forma pacífica”. Tai se recusou a dar uma data para o protesto que fechará o distrito financeiro da cidade. O movimento também planeja outras ações, incluindo um boicote em massa de aulas na universidade. O líder de Hong Kong apelou aos democratas que aceitem a decisão da China e desistam dos protestos em massa. “Eu entendo e respeito a sinceridade da maioria dos parlamentares democráticos em argumentar pelo seu modelo de reforma preferido”, escreveu o chefe do Executivo, Leung Chun-ying, no “Financial Times”. “Mas espero que eles também aceitem essa oportunidade para 2017”, disse. Hong Kong voltou ao domínio chinês em 1997 e possui um sistema judiciário e político diferente do chinês, além de liberdade de expressão. Contudo, os cidadãos de Hong Kong estão preocupados pelo crescente controle de Pequim nos assuntos internos do território.