Condenados 3 bascos pelo atentado de 2006

Os três homens receberam, cada um, sentenças de 1.040 anos de prisão

Agência Estado

Três membros do grupo separatista basco ETA foram condenados hoje pelo atentado a bomba que destruiu um estacionamento do aeroporto de Madri e matou duas pessoas. Os três homens receberam, cada um, sentenças de 1.040 anos de prisão. A Espanha geralmente estabelece sentenças extensas em casos de terrorismo, embora elas sejam em grande parte simbólicas, já que o período máximo que uma pessoa pode ficar na cadeia no país é de 40 anos.

O Tribunal Nacional condenou os três homens por assassinato, tentativa de assassinato e por tomar parte num ataque terrorista ligado à explosão ocorrida em 30 de dezembro de 2006 no aeroporto de Barajas, em Madri. A explosão destruiu um estacionamento de cinco andares, matou dois imigrantes equatorianos e feriu 41 pessoas.

O grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque, que marcou o fim do cessar-fogo que o grupo havia iniciado nove meses antes. Os condenados são Mattin Sarasola, Igor Portu e Mikel San Sebastian. Os três terão de pagar ? 1,2 milhão (US$ 1,48 milhão) em compensação às famílias dos dois equatorianos.

O ETA luta pela criação de um país basco em território que compreende parte do norte da Espanha e o sudoeste da França. Considerado uma organização terrorista pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, o grupo matou mais de 825 pessoas desde o fim dos anos 1960.

O grupo declarou um cessar-fogo em março de 2006, mas voltou aos atos violentos poucos meses depois que as conversações de paz com o governo do primeiro-ministro Jose Luis Rodriguez Zapatero não deram em nada. Espanha e França detiveram dezenas de supostos integrantes do ETA nos dois países desde o fim do cessar-fogo.

Prisão

O veredicto desta sexta-feira foi dado um dia depois de as polícias francesa e espanhola terem detido um suposto líder do ETA e o segundo no comando, fato considerado pelas autoridades como um importante golpe contra o grupo, embora não prenuncie o fim da organização.

O ministro do Interior Alfredo Perez Rubalcaba identificou o suposto líder como Mikel Kabikoitz Carrera Sarobe e disse que ele foi o instigador de importantes ataques a bomba do ETA no ano passado na Espanha, um dos quais matou dois policiais na ilha mediterrânea de Mallorca. Foi a sexta prisão de um líder o ETA em dois anos.