Uma escultura de uma ninfa aquĂ¡tica datada do sĂ©culo 2 d.C., esculpida em mĂ¡rmore, foi descoberta em escavações realizadas em junho por pesquisadores da Universidade de Alicante, no municĂ­pio de Elche, na Espanha. A ninfa, encontrada no sĂ­tio arqueolĂ³gico de La Alcudia, segura uma cornucĂ³pia, sĂ­mbolo de fertilidade, riqueza e abundĂ¢ncia.

As ninfas, como a figura representada na escultura encontrada, sĂ£o espĂ­ritos ou divindades femininas menores associadas Ă  natureza (nascentes, riachos, montanhas, mares ou florestas), segundo Jaime Molina Vidal, professor de HistĂ³ria Antiga e co-diretor da equipe que revelou a descoberta.

“Nesse caso seria uma nĂ¡iade, uma ninfa relacionada com uma fonte de Ă¡gua doce, poço, rio ou ribeiro”, que foi tida como “produtora de bem-estar e riqueza, uma vez que Ă© portadora do chifre da fartura ou cornucĂ³pia”, especificou o arqueĂ³logo.

Esta escultura Ă© a segunda encontrada em La Alcudia dentro dos projetos de pesquisa da instituiĂ§Ă£o universitĂ¡ria de Alicante. A primeira figura foi encontrada em 2017. Era uma estatueta representando uma mulher nua com um manto sobre o ombro esquerdo, feito de osso.

Conforme revelou Vidal, ao longo do processo de escavaĂ§Ă£o no mĂªs passado foram recuperados outros materiais arqueolĂ³gicos. Os pesquisadores ainda localizaram fragmentos de pinturas nas paredes, objetos do cotidiano, como agulhas para costura, alĂ©m de adornos pessoais para fazer penteados, outros de carĂ¡ter mais lĂºdico, como um dado de osso com o qual se praticavam jogos de azar, e fragmentos cerĂ¢micos decorados, como um disco de luzerna com a imagem de um gladiador com rede e tridente.

No sĂ­tio arqueolĂ³gico de La Alcudia estĂ£o os restos arqueolĂ³gicos da Colonia Iulia Ilici Augusta , a cidade mais importante entre as atuais cidades de Cartagena e ValĂªncia. Fundada na segunda metade do sĂ©culo I a.C., com o imperador Augusto, foi realizada a distribuiĂ§Ă£o definitiva de terras aos colonos, soldados dispensados das Guerras CantĂ¡bricas.

No entanto, apesar da sua indiscutĂ­vel relevĂ¢ncia, a informaĂ§Ă£o disponĂ­vel sobre a sua ocupaĂ§Ă£o na Ă©poca romana Ă©, atĂ© hoje, muito parcial. Os Ăºnicos espaços pĂºblicos verdadeiramente conhecidos reduzem-se a um conjunto de troços da muralha, a basĂ­lica do final do perĂ­odo imperial e dois complexos termais.