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Ex-ministro de Chávez desaprova tratamento dado a críticos do governo

Folhapress

SÃO PAULO, SP – O ex-ministro das Finanças da Venezuela, Rafael Isea, considerou nesta quinta-feira (26) um erro o tratamento dado pelo governista Partido Socialista (PSUV) aos políticos críticos ao presidente Nicolás Maduro.
Isea, que trabalhou no governo de Hugo Chávez (1999-2003), divulgou uma carta de apoio ao ex-vice-presidente de Planejamento, Jorge Giordani, que foi substituído no último dia 17 e que acusou Maduro de não transmitir liderança, de dar a sensação de vazio de poder e de tomar decisões equivocadas em matéria econômica, incluindo o desperdício nas campanhas eleitorais.
Isea disse no Twitter que “não se deve confundir crítica com conspiração, nem lealdade com submissão”.
Giordani também recebeu o apoio de Hector Navarro, ex-ministro da Educação e da Eletricidade de Chávez, que foi destituído como diretor nacional do PSUV.
Navarro havia exigido que sejam investigadas as irregularidades na entrega de divisas administradas pelo governo, uma fraude reconhecida pelo próprio Executivo e denunciada por Giordani há mais de um ano.
Para Isea, a acusação de Giordani como traidor é um erro e pode causar a perseguição e supressão de críticas internas do governo e do PSUV.
“Penso que a melhor forma de enfrentar esses problemas é justamente entendê-los, reconhecendo os erros, retificando onde haja necessidade, convocando a unidade do governo e do partido, e liderando o processo de transformação que se requer nesta complexa e delicada etapa da revolução”, disse.
O ex-ministro advertiu ainda que a falta de reflexão no PSUV pode provocar divisão e enfraquecimento das forças revolucionárias. “Imagino agora os membros regionais do PSUV ficando em silêncio diante dos abusos, da corrupção e das falhas, para que não sejam expulsos do partido e não percam seu trabalho”, disse.
Maduro, por sua vez, declarou que a Venezuela vive “um período de definições” e pediu aos chavistas “que façam suas escolhas, que definam se estão com o governo revolucionário de Nicolás Maduro” ou “com outros projetos personalistas”.
Maduro insistiu que seu plano de governo é o mesmo de Hugo Chávez (1999-2013), por isso, afirmou, não são legítimas as críticas a sua administração de dentro do chavismo.

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