Aeronave FABusada no resgate de brasileiros na região do conflito entre Israel e palestinos (Governo BR/ FAB)

O governo de Israel aprovou nesta quinta-feira (9) o acordo assinado com o grupo terrorista Hamas para encerrar a guerra na Faixa de Gaza. O conflito, iniciado em 2023, durava dois anos e dois dias.

Mais cedo, a facção palestina havia dito ter recebido garantias dos Estados Unidos e dos mediadores Turquia, Qatar e Egito de que o conflito oficialmente acabou.

Falando na reunião de gabinete que ratificou o acordo, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que o país está prestes a conseguir o retorno dos reféns ainda em poder do Hamas. “Lutamos por dois anos para atingir nossos objetivos de guerra”, afirmou o premiê, em inglês, ao lado de Steve Witkoff e Jared Kushner, enviados do presidente Donald Trump que participaram da reunião. “Um desses objetivos era a volta dos reféns, todos eles, vivos e mortos. E estamos prestes a atingir esse objetivo.”

A reunião contou com a presença de todos os ministros do governo Netanyahu e durou horas, se estendendo até a madrugada no horário local. A aprovação do gabinete era a última etapa necessária para que o acordo entrasse em vigor —com isso, o cessar-fogo tem início imediato e as tropas israelenses devem começar seu primeiro recuo, movimentação que tem prazo de 24 horas para acontecer.

Reféns

Em seguida, assim que os soldados se retirarem, o Hamas tem 72 horas para entregar todos os reféns israelenses que estão no território. A expectativa levantada por Trump é de que os primeiros cheguem em Israel no sábado.

Não há clareza se os corpos dos reféns mortos também serão recuperados no mesmo período, e Trump disse na quinta que pode haver dificuldade de devolver alguns dos cadáveres. Durante esses três dias, o Hamas e Tel Aviv precisam ainda negociar a lista de prisioneiros palestinos que serão libertados por Israel —a facção aifrma que todas as mulheres e crianças presas serão soltas.

O Exército israelense afirmou, em comunicado, que já iniciou “preparações operacionais” para a primeira fase do acordo, quando os soldados recuarão a uma linha intermediária, mas não deixarão Gaza por completo. Hoje, as Forças Armadas de Israel controlam mais de 70% do território —ao final da retirada, devem ter domínio de somente 53%, tendo saído também dos principais centros urbanos.

Um recuo mais amplo deve acontecer apenas após o estabelecimento de uma força internacional transitória de estabilização do território palestino. Na quinta, autoridades americanas disseram à agência de notícias Reuters que o governo Trump vai enviar 200 soldados a Israel para auxiliar na estabilização de Gaza, mas que os americanos não vão entrar no território palestino.

Com todas as fases do acordo concluídas, Israel ainda manterá uma zona-tampão por todo o perímetro de Gaza, inclusive no chamado corredor Filadélfia, área no sul do território palestino que vai da costa até o território israelense.