A jovem Kerstin Fritzl, a mais velha dos filhos gerados durante os 24 anos em que Josef Fritzl prendeu e abusou da filha Elisabeth no porão sem ventilação de sua casa, reviu no domingo a mãe e os irmãos após sair de um coma induzido, anunciaram médicos e um advogado nesta quarta-feira.

A reunião da família ocorreu pouco depois de ela ter despertado do coma induzido, disse Albert Reiter, diretor da equipe médica que atendeu a jovem de 19 anos, induzida ao coma depois de ser internada em 19 de abril, o que trouxe à tona o caso de seqüestro e abuso.

Segundo Reiter, em 15 de maio, Kerstin abriu os olhos pela primeira vez e mostrou reações emocionais. A partir daquele momento, os médicos permitiram as visitas da mãe, o que foi essencial para a recuperação da jovem, prosseguiu ele.

Reiter disse que, graças à aplicação de técnicas modernas de medicina intensiva, como o coma induzido, Kerstin conseguiu se recuperar do quadro clínico de falência múltipla de órgãos vitais.

“O encontro de Kerstin com a família foi um momento emocionante. Para nós foi um grande alívio a surpreendente recuperação da jovem”, assinalou o psiquiatra Berthold Kepplinger, responsável pela clínica em que os ex-reféns recebem assistência psicológica O médico explicou que as primeiras palavras de Kerstin após sair do coma induzido foram: “Olá. Uma nova vida”.

O psiquiatra disse que as “duas partes da família” – as três crianças que viveram normalmente com os avôs e os que nasceram e permaneceram fechados no porão – têm um ritmo de vida diferente sobre o qual ainda “precisarão entrar em acordo”. Em qualquer caso, todos os membros da família “estão muito felizes de estar pela primeira vez juntos”, disse o advogado de Elisabeth, Christoph Herbst.

Sobre a relação com Josef Fritzl, os médicos disseram que o assunto está sendo tratado pelos terapeutas e que a atitude dos seis irmãos é “ambivalente”, com atitudes diferentes entre os meninos e as meninas, mas não quiseram entrar em detalhes a respeito. Elisabeth, sua mãe, Rosemarie, e seus seis filhos se mudaram recentemente para um quarto individual, dentro da clínica e sob a vigilância e supervisão de pessoal médico e de segurança.