Kerry: há progresso em grupo de EUA e China para reduzir emissões poluentes

Associated Press - Estadão Conteúdo

John Kerry, principal autoridade do governo americano sobre mudanças climáticas, afirmou nesta terça-feira que os Estados Unidos e a China estavam progredindo na formação de um grupo de ambos os países para trabalhar no sentido de reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa. Em entrevista à Associated Press durante a reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos, Kerry disse que os dois países, os maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa, estavam perto de concordar sobre a estrutura do grupo e como as decisões seriam tomadas.

“Vamos trabalhar nos aspectos práticos de como nos movemos mais rápido” para reduzir as emissões, disse Kerry. “Talvez possamos ajudar com algum tipo de tecnologia para auxiliar a China a se mover mais rápido. Talvez a China possa nos ajudar a entender melhor algumas coisas.” O acordo foi alcançado durante o encontro do clima da ONU no ano passado, em Glasgow. Pela primeira vez, a China concordou em reprimir vazamentos de metano, um gás de efeito estufa altamente potente. Na terça-feira, Kerry disse que a redução do consumo de carvão também seria uma área central de foco para o grupo.

Kerry, Fatih Birol, chefe da Agência Internacional de Energia (AIE), e várias autoridades europeias argumentaram nesta terça-feira que a guerra na Ucrânia não deve ser usada como desculpa para perder o foco nas metas de energia renovável.

Kerry, na entrevista, disse que ainda tem esperança de que uma legislação sobre mudanças climáticas no Congresso dos EUA ainda seja possível. Não há sinal de progresso, ou mesmo qualquer movimento, por parte do governo do presidente Joe Biden. “Quando você é um legislador, a esperança é eterna”, disse Kerry. “Você está sempre trabalhando para tentar obter os votos para fazer algo acontecer”. Quando perguntado se ele planejava renunciar em breve, como alguns especularam porque o Congresso está claramente paralisado na legislação climática, Kerry respondeu que não.