Namorada de copiloto estaria grávida, diz imprensa alemã

Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A namorada de Andreas Lubitz, copiloto da Germanwings apontado como responsável pela queda do voo 9525 nos Alpes franceses na última terça-feira (24), estava grávida e o casal aparentemente planejava se casar, de acordo com o tabloide “Bild” e a revista “Der Spiegel”, da Alemanha.
Lubitz, 27, vivia em seu apartamento de Düsseldorf, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália, com uma professora de matemática e inglês de 26 anos identificada pelo pseudônimo de Sanine L.
De acordo com “Bild”, a mulher contou a seus alunos que estava grávida.
Os detalhes sobre a vida pessoal de Lubitz surgiram em meio a informações de que o copiloto havia sido tratado há vários anos por tendências suicidas.
De acordo com promotores de Düsseldorf, Lubitz, 27, foi submetido a tratamento psicoterápico “com indicações de que tinha tendências suicidas” anos antes de se tornar um piloto.
“No período seguinte, até recentemente, houve mais consultas médicas que resultaram em anotações médicas sem registros de tendências suicidas ou de agressões a quaisquer outras pessoas”, disse nesta segunda-feira (30) o porta-voz da Promotoria, Ralf Herrenbrueck, em um comunicado.
Ele não informou onde o copiloto foi tratado. Lubitz treinou para ser piloto tanto na Alemanha quanto na sede de treinamento da Lufthansa em Phoenix, Arizona (EUA).
Com base em dados extraídos de uma das caixas-pretas do avião, autoridades acreditam que Lubitz trancou seu capitão para fora da cabine de comando e ignorou seus apelos para que abrisse a porta.
Todas as 150 pessoas a bordo foram mortas quando o Airbus A320, que voava de Barcelona (Espanha) a Düsseldorf, colidiu com os Alpes franceses perto da vila de Le Vernet.
Questionada sobre se sabia do tratamento psicoterápico prévio de Lubitz, a Lufthansa apenas respondeu que toda a informação médica está submetida a regras de confidencialidade.
Os promotores afirmaram que, até agora, não encontraram na família do copiloto, em suas relações pessoais ou em seu ambiente de trabalho quaisquer indicações de possíveis motivações para seus atos.
Eles não encontraram nenhum sinal de doença física e não têm evidências de que ele tenha contado para ninguém o que ia fazer.
Anteriormente, os promotores disseram que, quando revistaram sua casa em Düsseldorf, encontraram prescrições médicas rasgadas -sendo que uma delas era uma licença que lhe possibilitaria não ir trabalhar no dia da queda do avião.
Questionado se Lubitz tinha problemas de visão, Christoph Kumpa, outro porta-voz dos investigadores de Düsseldorf, disse não haver evidências mostrando que Lubitz tinha qualquer enfermidade que afetasse seus olhos.
Autoridades de aviação alemãs disseram que a ficha de Lubitz no Escritório Federal de Aviação continha uma anotação indicando que ele precisava de “exame médico regular e específico”, mas sem informar se para uma condição física ou mental.
A Administração de Aviação Federal dos EUA emitiu um certificado médico indicando que Lubitz não tinha problemas psicológicos, incluindo psicose, transtorno bipolar ou transtornos de personalidade.
O certificado também indica que ele não sofria de qualquer outra condição de saúde mental que “impossibilite uma pessoa de desempenhar de forma segura suas obrigações” de piloto.
Na semana passada, Carsten Spohr, o CEO da Lufthansa, proprietária da Germanwings, afirmou que houve um intervalo de “vários meses” no treinamento de Lubitz há seis anos, mas não deu detalhes.
Depois desse intervalo, falou, Lubitz “não apenas passou em todos os testes médicos, como também todos os testes de voo”.