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Nobel de Medicina fizeram importante descoberta sobre sistema imune que pode ser chave contra câncer

Editada por Ana Ehlert

Três cientistas — os americanos Mary E. Brunkow e Fred Ramsdell e o japonês Shimon Sakaguchi — levaram o Nobel de Medicina desta ano. A pesquisa deles descobriu como o sistema imunológico evita atacar o próprio corpo.

As descobertas sobre a chamada tolerância imune periférica explicam como o nosso sistema distingue o próprio tecido de agentes invasores. Essa descoberta, por exemplo, poderá ser a chave de tratamentos, por exemplo, contra o câncer, doenças autoimunes e transplantes mais bem-sucedidos. 

Vários tratamentos usando a descoberta na pesquisa já estão em fase de testes. Brunkow, Ramsdell e Sakaguchi dividirão o prêmio de 11 milhões de coroas suecas (R$ 6,2 milhões) concedido pela Assembleia do Nobel no Instituto Karolinska, da Suécia. O anúncio foi feito nesta manhã de segunda, 6.

A descoberta dos pesquisadores do Nobel de Medicina

A pesquisa dos laureados revelou como o sistema imunológico é mantido sob controle e por que ele não destrói o próprio organismo. As descobertas identificaram as chamadas células T reguladoras, que funcionam como “guardiãs” do sistema imune, impedindo que linfócitos ataquem órgãos e tecidos saudáveis.

O trabalho de Sakaguchi, publicado em 1995, mostrou que a tolerância imunológica não ocorre apenas pela eliminação de células potencialmente perigosas no timo (processo conhecido como tolerância central), como se acreditava até então. Ele identificou um novo tipo de célula imune — as T reguladoras — capazes de proteger o corpo de doenças autoimunes.

Anos depois, em 2001, Mary Brunkow e Fred Ramsdell descobriram juntos que uma mutação no gene FOXP3 estava por trás de uma síndrome autoimune grave, o IPEX, e mostraram que o gene é essencial para o desenvolvimento dessas mesmas células T reguladoras.