Brian Latell, um analista veterano aposentado da CIA e especialista em Cuba, lançou o livro “Castro’s Secrets, the CIA and Cuba’s Intelligence Machine”, publicado pela Palgrave Macmillan.
A publicação ajuda a elucidar como o líder comunista sobreviveu às diversas tentativas de assassinato bem documentadas e como a ilha empobrecida de Cuba resistiu às mudanças que derrubaram outros regimes comunistas no final do século 20.
Segundo Latell, por quase três décadas o serviço de inteligência de Cuba colocou em campo quatro dezenas de agentes duplos em uma operação de nível mundial debaixo do nariz da CIA. Apenas em 1987, quando um espião cubano desertou para a Embaixada dos EUA em Viena, que a CIA descobriu quão terrivelmente tinha sido enganada.
“Castro foi um supremo e incontestado mestre da espionagem”, disse Latell a uma audiência em um livro de leitura recente. “Nos anais da espionagem moderna é uma realização extraordinária. É difícil manter um agente duplo em campo, e ele gerenciou todos eles … até os mínimos detalhes”, acrescentou Latell.
Latell começou a observar Cuba em meados dos anos 1960 e atuou como Diretor Nacional de Inteligência dos EUA para a América Latina antes de se aposentar da CIA em 1998.
Todos os agentes duplos foram recrutados em Cuba e em outras partes do mundo e comandados pessoalmente por Castro. Ele favoreceu jovens, adolescentes impressionáveis sem uma educação universitária.
No livro, Latell ainda diz que a penetração era mais extensa do que se sabia anteriormente, e comprometia as fontes e métodos de inteligência dos EUA. Apenas com a deserção se soube o que acontecia e sobre a rede de espionagem de Fidel. O autor ainda acrescenta que nós subestimávamos os cubanos. Nós nunca imaginamos que a pequena Cuba poderia executar um serviço de inteligência que era de nível mundial.
As operações de contra-inteligência foram posteriormente reforçadas. Depois de apenas quatro espiões cubanos terem sido presos entre 1959 e 1995, esse número aumentou mais de dez vezes entre 1998 e 2011, Latell escreve em seu livro.
Asprillaga é um dos vários desertore entrevistados por Latell. O livro ainca conta com milhares de páginas de documentos desclassificados da CIA que o autor revisou no Arquivo Nacional, em Maryland, bem como entrevistas com vários agentes da CIA.
No livro, Latell revela que a inteligência cubana sabia mais sobre o assassinato em 1963 do presidente John F. Kennedy do que admitiu na época, incluindo informações sobre o atirador, Lee Harvey Oswald.