Procurador da Venezuela pede que Guaidó seja proibido de deixar o país

Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em uma nova tentativa de pressão do regime Nicolás Maduro, o procurador-geral da Venezuela pediu ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que o líder opositor Juan Guaidó seja proibido de deixar o país, além de solicitar o bloqueio de suas contas bancárias e bens.


O chefe do Legislativo se declarou presidente encarregado da Venezuela na última quarta-feira (23) e foi reconhecido pelos Estados Unidos, Brasil, Colômbia e outros países da região. Maduro, porém, não deixou o poder, e membros da cúpula militar foram a público dizer que o apoiam.


“Chegamos aqui (…) para solicitar que sejam tomadas medidas cautelares (…) que permitam neste caso: um, a proibição de sua saída do país; dois, a proibição de alienar e gravar bens, móveis e imóveis; três, o bloqueio de suas contas”, disse o procurador-geral, Tarek Saab, aliado de Maduro, na sede do TSJ, também alinhado ao chavismo.


Ao saber da medida, Guaidó disse não se surpreender com as decisões de Saab por considerar que fazem parte da cadeia de ameaças contra ele e o Parlamento de maioria opositora eleito em 2015.


“Não estou subestimando uma ameaça de prisão”, disse. “Com muitas responsabilidade, digo a vocês que nada de novo debaixo do sol”. Lamentavelmente, é um regime que não dá resposta ao povo venezuelano, a única resposta é a perseguição, repressão”, afirmou.


O conselheiro de segurança nacional do governo Donald Trump, John Bolton, criticou a manobra do regime Maduro. “Haverá sérias consequências para aqueles que tentarem subverter a democracia e ferir Guaidó”, escreveu em uma rede social.


Não é a primeira medida do governo Maduro contra Guaidó. No último dia 13, o opositor ficou detido durante cerca de uma hora por agentes de inteligência do regime.