RICARDO GALLO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um ano depois da execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, nada mudou na Indonésia: o país asiático mantém os planos de executar mais prisioneiros no corredor da morte. As próximas execuções ocorrerão nos próximos meses, segundo a Procuradoria-Geral, órgão responsável por levar adiante a pena capital, informou à imprensa local. Archer foi fuzilado por volta de 0h30 de 18 de janeiro de 2015, tarde do dia anterior no Brasil. Ele havia ficado preso em 2003 e condenado no ano seguinte à morte, por tráfico de drogas. O brasileiro foi cremado e suas cinzas, trazidas para o Brasil pela tia, a advogada Maria de Lourdes Archer Pinto. Mas, na próxima rodada de execuções, não há nenhum condenado por tráfico; apenas pessoas que cometeram crimes contra a vida. A Indonésia executou 14 pessoas ano passado. Foram seis em janeiro, entre os quais Marco Archer; em 28 de abril, Rodrigo Muxfelt Gularte e mais sete condenados foram fuzilados. Nesta segunda-feira (18), a Anistia Internacional divulgou carta enviada ao governo da Indonésia em que insta a autoridade local a parar com as execuções e a abolir a pena de morte. A entidade argumenta que há “sérias preocupações” em relação à existência de julgamentos justos na Indonésia e criar uma comissão independente para rever, caso a caso, os processos de quem está no corredor da morte atualmente. TENSÃO A execução de Marco Archer -e mais tarde a de Rodrigo Gularte- trouxe tensão entre o governo brasileiro e o da Indonésia. A presidente Dilma Rousseff chegou a convocar para Brasília o embaixador brasileiro em Jacarta e, depois, se recusou a receber as credenciais de Toto Riyanto, embaixador designado para a Embaixada da Indonésia em Brasília. Mas, em novembro, meses após a última execução, a presidente enfim aceitou as credenciais do novo embaixador, um sinal de que as relações têm voltado ao normal.
Um ano após fuzilar Archer, Indonésia tem corredor da morte sem brasileiro
Folhapress
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