
Em seu terceiro encontro com Donald Trump na Casa Branca, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou que é um bom momento para o fim da Guerra da Ucrânia, em curso desde fevereiro de 2022. Para o ucraniano, o momento é oportuno porque o americano fez tratativas que levaram ao cessar-fogo na Faixa de Gaza e
Depois, em reunião a portas fechadas, discutiu com Trump o fornecimento dos EUA a Kiev dos poderosos mísseis de cruzeiro Tomahawk. Zelenski teria mostrado a ele um mapa com alvos russos em potencial, segundo integrantes da delegação ucraniana ouvidos pela agência de notícias AFP.
Trump, por sua vez, não se comprometeu com o envio dos Tomahawk. E minutos depois do encontro, escreveu numa rede social ter dito ao ucraniano que “é hora de fazer um acordo”.
Com paletó preto e sem a sua usual vestimenta de inspiração militar, Zelenski chegou à Casa Branca às 14h30 (de Brasília). Logo em suas primeiras falas, o ucraniano foi enfático sobre o que chamou de “momentum” para encerrar a guerra. A janela seria proporcionada pelo acordo para cessar-fogo em Gaza assinado por Trump na última segunda-feira (13).
“O presidente Trump tem uma grande chance [para negociar a paz na Ucrânia]”, disse ele, reconhecendo, contudo, dificuldades para se chegar a um acordo. “Nós queremos isso. [Vladimir] Putin não quer.”
Trump disse acreditar que pode negociar o fim da guerra. Ele inclusive voltou a afirmar que teve papel fundamental para a resolução de oito conflitos no mundo desde que retornou à Presidência, em janeiro, uma fala exagerada que explorou em sua campanha pelo Nobel da Paz. Mas evitou responder se Putin, o presidente da Rússia, tem negociado de boa-fé.
O americano ainda tergiversou sobre o envio à Ucrânia dos mísseis Tomahawk, que podem atingir quase 2.000 alvos militares, 76 bases e todas as cidades importantes na Rússia europeia. “Nós precisamos dos Tomahawk”, disse o americano, voltando a insinuar que não pretende, por ora, atender aos apelos de Kiev
Ele disse ainda que parte da produção já foi enviada às forças ucranianas. Zelenski, por sua vez, rebateu dizendo que os EUA têm uma “produção muito forte” e sugeriu que Kiev poderia retribuir o apoio oferecendo drones feitos na Ucrânia, cuja fabricação cresce em ritmo acelerado a cada ano.