
A tecnologia 5G completa dois anos de operação comercial em Curitiba esta semana, registrando mais de 670 mil acessos. Na região Sul, é a cidade com o maior volume de acessos à tecnologia entre as capitais.
O Paraná contabiliza 1,7 milhão de acessos 5G em 51 cidades, e conta também com municípios de destaque no ranking “Cidades Amigas do 5G”: Arapongas, situada ao norte do estado, foi classificada em primeiro lugar no levantamento divulgado pela Conexis Brasil Digital em maio.
Segundo dados da Anatel, o Brasil fechou o mês de junho com 29,3 milhões de acessos 5G registrados, em 651 municípios.
Desde 2022, quando o 5G foi ativado pela primeira vez, em Brasília, as operadoras de telecomunicações que venceram o leilão têm antecipado as metas estabelecidas pela Anatel. As empresas já cumpriram mais de 70% do cronograma de implantação previsto para 2025. O cronograma da Anatel prevê obrigações de cobertura até julho de 2030, aumentando gradualmente os números de cidades atendidas e de antenas instaladas. Atualmente, há 5G ativo de pelo menos uma das operadoras em todas as cidades com mais de 500 mil habitantes. Em Curitiba, a tecnologia foi inaugurada em 16 de agosto de 2022.
“O avanço do 5G já pode ser comprovado com navegações mais rápidas, mas a nova tecnologia tem um potencial maior de transformar outros setores da economia como agronegócio e indústria. A união de velocidade ultrarrápida, tempo de resposta muito mais veloz e capacidade de manter um número ainda maior de dispositivos conectados ao mesmo tempo está transformando setores econômicos”, afirma Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis Brasil Digital.
Algumas dessas aplicações já são realidade no país, mostrando parte do potencial da tecnologia móvel. A TIM instalou uma rede privada de 5G no terminal de contêineres da BTP (Brasil Terminal Portuário), em Santos (SP). A tecnologia 5G possibilitou soluções de monitoramento remoto e em tempo real de equipamentos, guindastes de diferentes portes e atividades. Com isso, a BTP registrou ganhos na capacidade da rede, aumentando de 30MB para 1GB, e na velocidade na troca de informações entre seus equipamentos, reduzindo a latência de 2.000ms para uma performance estável de 15ms.
A Vivo foi responsável pela instalação do 5G no centro de distribuição da Huawei, em Sorocaba (SP). Com essa tecnologia, é possível conectar veículos autônomos autoguiados, empilhadeiras autônomas e câmeras com inteligência artificial, resultando em um aumento de 30% na eficiência operacional e uma redução do ciclo de produção de 17 para 9 horas.
Ainda na região Sudeste, a Gerdau, em parceria com a Claro e a Embratel, instalou rede privativa 5G em sua unidade de Ouro Branco (MG), ampliando a digitalização e a automação da planta e acelerando a implementação dos conceitos da indústria 4.0, incluindo o monitoramento de ativos e o uso de câmeras de vídeo analytics para acompanhar a produção. Suportada pelo 5G, a Gerdau ampliará os investimentos em veículos autônomos e tele controlados, gêmeos digitais, IoT e Inteligência Artificial.
A nova tecnologia também representa avanços para a conexão do usuário. A Algar Telecom é uma das operadoras que utiliza a rede 5G para oferecer banda larga sem fio através da tecnologia FWA, possibilitando a oferta da experiência 5G em alta velocidade em locais onde a infraestrutura de fibra óptica apresenta dificuldades para ser implementada ou não está disponível. A tecnologia foi inclusive utilizada no Rio Grande do Sul durante as enchentes que interromperam as conexões.
Legislação de Antenas
Além dos investimentos das operadoras, a expansão da nova tecnologia depende da atualização da legislação de antenas dos municípios. O 5G exigirá de 5 a 10 vezes mais antenas do que o 4G.
“Nosso investimento é um dos mais significativos do país, mas em muitas cidades enfrentamos desafios para instalar antenas, que são essenciais para o funcionamento do 5G. As cidades precisam atualizar suas leis municipais para alinhá-las à Lei Geral de Antenas, permitindo um licenciamento mais rápido e simplificado”, destacou Ferrari.
Um levantamento do Conecte 5G indica que menos de 10% dos municípios brasileiros têm leis de antenas em conformidade com a legislação federal.
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