MARISTELA FABRICA QUEIJOS QUEIJOS ARTEZANAIS
Maristela Dalla Lasta, na sua queijaria: da Publicidade e Propaganda para o mundo das “delícias pecaminosas” (Franklin de Freitas)
MARISTELA FABRICA QUEIJOS
QUEIJOS ARTEZANAIS
(Franklin de Freitas)

Maristela Dalla Lasta é uma queijeira, daquelas de mão cheia, satisfação no que faz e riso solto. A história de sucesso é recente. Foi na pandemia que trocou a publicidade pelas colônias de kefir, especiarias e muita inovação.

Em três anos, a Queijaria Vaca Profana ganhou o gosto do freguês e prêmios. O último foi com o Divinas Tetas, queijo que surgiu da própria experiência da Mari após uma mastite e pela história de todas as mulheres que precisaram retirar a mama por causa de uma doença.

A medalha de Bronze recebida no IV Prêmio Queijo Brasil, pela Categoria Queijos Finos, foi muito mais do que reconhecimento. Foi a certeza de um caminho sem volta. Só para frente com muito estudo, alquimia e intuição

A empreendedora se deu conta que o Plano B tinha que virar um novo início. Depois de 25 anos dedicados à Publicidade e Propaganda, a pandemia em 2020 “bateu com tudo”, e o trabalho em um streaming de música precisou ser deixado de lado.

Com afinidade pela culinária, foi para a cozinha. E como não dava mais conta das colônias de kefir — os potinhos da felicidade — resolveu procurar no Google uma receita de queijo, fez o primeiro e nunca mais parou. Vieram muitos cursos online, presencial e pesquisas. Muita pesquisa.

Foi o tempo de perceber a oportunidade de montar um negócio daquilo que era um prazer e ainda pagar as contas. “As delícias pecaminosas feitas de mãos, amor e risos”.

Cada peça artesanal é única e fruto da criatividade

Para Mari, produzir queijos vai além do alimento. É um momento único de combinar sob condições de temperatura e umidade, e ainda dar seu toque. E, assim, cada peça artesanal é única e formulada a partir da sua criatividade. A começar pelo nome do empreendimento.

A Queijaria Vaca Profana nasceu de uma experiência. O Divinas Tetas é seu carro chefe, o desejo de moldar um queijo com as próprias mãos. E para Mari, não tem essa de seio, mama, é teta mesmo porque faz parte do universo feminino que alimenta.

O trabalho da queijeira faz alusão às lágrimas, a risada e o empoderamento cantado por Gal Gosta, na música Vaca Profana que lembra na letra que vale “olhar para fora e acima da manada. Sair do contexto”, pontua ela.

“Dedico este queijo a todas as mulheres que precisaram tirar suas tetas, para as mães que assim como eu não puderam amamentar, para as mães que poderiam ter amamentado e não quiseram, para as mulheres que nem quiseram ser mães! Reforço que todas as tetas são sagradas!”

No centrinho de Santa Felicidade, é possível conhecer a queijaria e seus encantos. A proposta resgata o ancestral e natural com queijos maturados em cavernas, no subsolo da casa; em tábuas de madeiras, aproveitando o ambiente e deixando cada um deles com um sabor próprio. E muita experiência.

Tem o Beijo Azul, um gorgonzola diferente de textura e sabor; tem queijo revestido de figo e ervas, o Petit Bombão; tem sorvete de queijo; tem explosão de sabores em diversos formatos. Como Mari lembra, “do caos à glória dos queijos naturais, sem uso de fermentos e mofos comerciais seus queijos são naturais. Um salve à selvageria.”

@queijariavacaprofana

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