Imagens do crime no posto (Crédito: Reprodução de vídeo)

Sete advogados que participam da assistência de acusação contra o policial federal Ronaldo Massuia divulgaram nota nessa sexta-feira (dia 30) negando uma ‘reviravolta’ no caso e afirmando que o réu promoveu um verdadeiro ‘massacre’.

Massuia é acusado pela morte do fotógrafo André Fritoli e pela tentativa de homicídio contra sete outros clientes no caso que ficou conhecido como o “massacre no posto de gasolina”, ocorrido em 1º de maio, em um posto de gasolina no bairro Cristo Rei, em Curitiba.

“Após o término da primeira sequência de audiências de instrução e julgamento, com a oitiva de 16 pessoas, entre vítimas e testemunhas de acusação, a Assistência da Acusação – em nome da família da vítima fatal André e da vitima Milena – está absolutamente segura quanto à pronúncia do acusado, nos exatos termos da denúncia oferecida pelo Ministério Público”, diz a nota, assinada pelos sete advogados que participam da acusação. “Todas as vítimas e testemunhas confirmaram a hipótese acusatória, demonstrando a frieza com que Ronaldo agiu ao ceifar a vida de André e atentar contra a vida das demais vítimas, que só não foram a óbito por circunstâncias alheias à vontade do acusado”, continua o texto.

“As pessoas, ouvidas sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, deram conta, em detalhes, de todas as situações que qualificam o crime. Causou espanto a esta Assistência de Acusação a afirmação, por parte de um dos advogados de Defesa, de que estava acontecendo uma ‘reviravolta’ no caso. Não houve nenhuma ‘reviravolta’. Os depoimentos prestados, agora em juízo, apenas, confirmaram – inclusive com mais detalhes – as oitivas prestadas na fase de investigação. Houve, a bem da verdade, como desde o início demonstrado pelas imagens captadas das câmeras de segurança do posto, um massacre. Uma crueldade. As audiências só confirmaram esse fato. Seguimos na luta pela Justiça”, conclui a nota, que é assianda pelos advogados Elias Mattar Assad, Thaíse Mattar Assad, Ygor Nasser Salah Salmen, Maria Teresa dos Santos Vicari, Edson Luiz Facchi Jr., Eduardo Antonio Perine e Rogério Nicolau.

Massuai responde por homicídio triplamente qualificado pela morte do fotógrafo e por sete tentativas de homicídios, também triplamente qualificados, por motivo fútil, perigo comum e dificuldade de defesa da vítima. Ele estava em um carro e usava uma arma da Polícia Federal. Segundo informações do inquérito policial, Massuai chegou ao posto na noite de 1º de maio e, após se desentender com um grupo de pessoas, incluindo um segurança do estabelecimento, sacou a arma e começou a atirar. André Muniz Fritoli, de 32 anos, morreu durante o atendimento do Siate e outras duas pessoas ficaram feridas. No crime, ele usou uma arma de uso da Polícia Federal e também estava em um carro da corporação. A Polícia Federal abriu sindicância para apurar a conduta de Massuia. O policial continua preso no Complexo Médico Penal em Pinhais.

As audiências começaram na quarta-feira (dia 28) e são realizadas pela juíza Mychelle Pacheco Cintra, da 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri da capital, com objetivo de ouvir 16 testemunhas de acusação e 18 de defesa.