Setembro chegou e promete grandes emoções para os fãs de música e muito trabalho para o comércio e o setor de serviços. É que ao longo do mês Curitiba vai receber pelo menos 25 shows, com direito a grandes atrações nacionais e internacionais. Nomes como Katy Perry, Green Day, Zé Ramalho e Martinho da Vila estão na lista de espetáculos. E com uma agenda tão movimentada, a economia curitibana também deve vivenciar dias bastante aquecidos, com hotéis mais lotados que o normal e muita procura por produtos como discos, camisetas e outros produtos de merchandising.
- Com atrações nacionais e internacionais, Curitiba recebe 25 shows em setembro; veja a lista completa
O Grupo Mabu, por exemplo, já vem notando há cerca de três meses uma movimentação atípica para o mês, com grande concentração de reservas com antecedência para setembro. De acordo com João Biancardi, diretor de Marketing e Qualidade do Mabu, para algumas datas já há quase 100% de ocupação no hotel.
“Estamos super cheios, com ocupação super alta. A gente vem mantendo em setembro uma ocupação média muito parecida, boa. Mas neste ano, o que causou uma diferença foram os eventos, a parte de lazer. Quando pegamos um calendário com muitos shows, peças de teatro, temos um crescimento [na demanda]”, comemora ele. “Notamos um reflexo grande [de reservas] por conta do Green Day e eventos de samba e MPB, como o Martinho da Vila, o Curitiba Tbm Samba e o Zé Ramalho. No dia 9, por exemplo, estamos com quase 98% de ocupação, uma média altíssima. Pro dia 29, quase 95% da casa já está ocupada”, emenda ainda Biancardi.
Fluxo chega a crescer 500% em loja por causa dos grandes shows
Além dos hotéis, outro setor que aguarda ansiosamente pelos grandes espetáculos são as lojas do segmento musical, que trabalham com venda de discos, camisetas e outros acessórios. Na Let’s Rock, por exemplo, Newton Santos Jr, o Juninho, comenta notar que o fluxo de pessoas no estabelecimento chega a crescer 500% em relação a um dia normal nos dias que antecedem um grande show.
“O impacto dos grandes eventos é bem grande, até porque estamos localizados ao redor de três hotéis. Então a gente sente que a cidade pulsa, vibra de forma diferente nessas ocasiões”, diz o empresário, ressaltando que as expectativas para as próximas semanas são bem altas. “Em 2025 está vindo muita coisa para cá, a agenda de shows está incrível. System of a Down, até agora, foi o show que deu mais retorno para a gente. Mas com a vinda de Green Day, Avenged Sevenfold, Linkin Park, Katy Perry, Billy Idol e Guns N’Roses, as expectativas são as melhores possíveis. Vamos trabalhar bastante.”
A Let’s Rock, destaca ainda Juninho, está preparada para todos os shows internacionais e nacionais que têm acontecido na cidade, com camisetas das turnês, discos e outros acessórios dessas bandas e artistas na loja. Do Green Day, por exemplo, há ainda algumas camisetas e LPs à venda. De Katy Perry, os produtos já esgotaram, mas na próxima semana já vai chegar material novo, uma reposição. “E na semana do show mesmo é quando a coisa esquenta de verdade, então vamos estar bem abastecidos para receber os fãs”, assegura o empresário.
Um em cada quatro brasileiros já se endividou para ir em shows
Um levantamento feito pela Serasa mostra que 24% dos brasileiros já se endividaram para poder participar de shows. Além disso, 44% colocam o preço dos ingressos como o principal impedimento para estar em eventos do tipo. A distância (19%) e a falta de tempo (17%) são outros motivos citados.
Por outro lado, a pesquisa, realizada em parceria com o Instituto Opinion Box, mostra que 47% dos participantes guardam dinheiro com antecedência para poder garantir a presença em shows. Nessas ocasiões, 50% dos entrevistados afirmam gastar entre R$ 101 e R$ 300 em ingressos, 20% gastam até R$ 100 e 31% gastam entre R$ 301 e R$ 500.
Só que as despesas vão muito além dos bilhetes. Há custos ainda com alimentação e bebida (64%)s, camisetas, bonés e pôsteres (20%), pulseiras e lembranças (19%), itens e acessórios de moda (14%) e experiências VIP e outros tipos de upgrades (12%).
“Os festivais de música são experiências únicas, mas também exigem planejamento financeiro. Organizar o orçamento, reservar recursos com antecedência e avaliar formas de pagamento são passos essenciais para aproveitar o evento sem transformar o prazer em dívida”, orienta Rodrigo Costa, especialista da Serasa em educação financeira.
No embalo dos grandes espetáculos, feira de vinil agita o fim de semana
Curitiba vai receber no próximo sábado (6 de setembro) a 28ª edição da Feira Nacional Curitiba Vinil. Considerada a maior feira de discos de toda a região Sul, o evento reúne mais de 30 expositores e deve receber mais de mil pessoas. Com entrada gratuita, a feira acontece na Galeria Green Center, no Centro (entradas pela Rua 13 de Maio, 439, ou pela Rua São Francisco, 232).
Quem for participar do evento, que acontece das 9 às 18 horas, a dica é chegar o mais cedo possível. Dessa forma, explica Ronald Gel, organizador, é possível conseguir produtos melhores e mais baratos através do famoso garimpo. Além disso, ele também destaca que quem está atrás de produtos de bandas ou artistas que vão se apresentar em breve na cidade pode ter uma oportunidade única.
“Estamos próximos do show do Green Day, que é uma banda que realmente vai ser bastante procurada. Os colecionadores vão caçar esses discos nas bancas dos expositores”, aponta Gel, ressaltando que os grandes eventos sempre acabaram impactando o movimento na feira. “Esses grandes shows acabam atraindo pessoas de outros lugares que acabam passeando, visitando pontos turísticos de Curitiba, e não raro vão conhecer a Feira Curitiba Vinil, porque sempre tem muita divulgação”, ressalta ainda ele, garantindo muitas opções para quem está atrás de material das mais diversas bandas.