Os Alcoólicos Anônimos (AA) do Paraná comemoram 40 anos de atividade com uma reunião aberta ao público amanhã. O evento acontece no Centro de Convenções de Curitiba, às 19h45, onde serão realizadas a apresentação da Orquestra Harmônica de Curitiba e palestras com psiquiatras e membros do AA, Al-Anon e Alateen.
O AA é uma irmandade que reúne homens e mulheres das mais variadas idades para trocarem suas experiências em relação à dependência. Ele atua em escolas, igrejas, penitenciárias, empresas e outras instituições. No Paraná, existem mais de 246 grupos de alcoólicos anônimos, sendo 85 deles concentrados em Curitiba e Região Metropolitana.

As reuniões do AA geralmente consistem das palavras de um coordenador e dois ou mais oradores que compartilham suas experiências sobre o alcoolismo. Algumas reuniões são realizadas com o propósito específico de informar ao público não-alcoólico a respeito do trabalho realizado. Reuniões fechadas são unicamente para participação de alcoólicos.  O programa do alcoólicos anônimos é de total abstinência do álcool. Os membros evitam o primeiro gole, um dia de cada vez e a sobriedade é mantida através dos 12 Passos sugeridos para a recuperação do dependente.

Para o membro do AA Cristo Rei, Amauri, há 40 anos na irmandade, toda essa trajetória significa a salvação de muitas vidas. “A pessoa, admitindo que seja dependente, além de parar de beber, experimenta uma mudança de vida. Aprende a não voltar a beber, vai se estabilizando, experimenta um crescimento espiritual, participa da troca de experiências no grupo e vivencia a esperança”, afirma Amauri.
Ele alerta, porém, que apesar da sobriedade advir com a freqüência no grupo de AA e a possibilidade de ingerir o álcool ficar cada vez mais distante, a pessoa nunca fica livre da bebida. “O emocional é muito perigoso para o alcoólico, ele tem de cuidar muito bem dessa parte”, diz Amauri.

Doença —  O alcoolismo é uma doença e deve ser tratado como tal. Pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, descobriram um gene ligado à dependência de álcool que fabrica uma proteína chamada CREB, conhecida para regular a função do cérebro durante o desenvolvimento e aprendizagem.

Os baixos níveis do CREB ativo ou do neuropeptídio Y correlacionam-se com os sintomas de ansiedade e consumo excessivo de álcool.  Estudos apontam que a primeira evidência direta de que a deficiência no gene CREB está associada com a ansiedade e o consumo de álcool. Cerca de 30 a 70% dos dependentes de álcool sofrem de ansiedade e depressão e beber é um caminho desses indivíduos se automedicarem.

História — O AA surgiu nos Estados Unidos, em 1935, quando um alcoólico sóbrio de nome Bill W. passou a oferecer ajuda a dependentes de álcool em um hospital em Nova York. Seis meses depois,  Bill e outro companheiro sóbrio, Bobs S., visitaram alcoolistas internados em um hospital em Akron, Ohio. Relatos contam que eles foram inicialmente mal recebidos, mas persistiram em seu trabalho a fim de garantir a própria sobriedade. A atitude deles funcionou e desta maneira tornaram-se co-fundadores de Alcoólicos Anônimos.