Eles mandam e desmandam! Destroem e ainda ganham chamego. Pois é, os animais de estimação estão cada vez mais tomando conta dos espaços na vida e na casa das pessoas. Primeiro, entraram na decoração e os objetos com motivos inspirados neles proliferaram do mesmo jeito que os brinquedos e os restos dos estragos espalhados. Depois se mudaram do quintal para dentro de casa. E agora, que tal um gavetão no armário da cozinha para a comida deles ficar muito bem guardada, e a casa sem bagunça? Ou, ao invés de quadros na parede, instalar umas passarelas para os gatos irem às alturas. E pratos elevados feitos de porcelana e com design e imagens assinados por artistas, que tal?
Pois é, já faz um tempinho que o mercado pet ultrapassou a barreira dos brinquedos e roupas iguais em toda loja. E até mesmo as residências começam a receber adaptações para o bem estar dos pets e a praticidade para os tutores. O setor cresce em quantidade, variedade e originalidade, oferecendo opções para todos os tipos de malucos por bichos.
Empresas como a catarinense Ogato Design, a Virmond Móveis Planejados, de Colombo, e a K-haus arquitetura são exemplos. Ogato, da engenheira Sheila Lima, é especializada na criação de peças com funcionalidade e design para o conforto dos gatos e tutores. No portfólio, acessórios de alimentação ergonômica, caminhas, brinquedos que estimulam a caça, bebedouros e peças de decoração. “A ideia é fazer peças de boa qualidade, que atendam a necessidade, embelezem o lar e atendam o desejo dos humanos também”, explica Sheila, uma engenheira inquieta que colocou sua expertise profissional a serviços dos pets.
Durante a pandemia, os trabalhos de engenharia encolheram e ela voltou o olhar para os gatos”. O diferencial d’Ogato é o requinte combinado com o entendimento de que o pet faz parte do lar. Os cães se adaptam bem ao ambiente humano; os gatos tem necessidades específicas. Precisam de lugar pra arranhar, subir, escalar. “Não sei é por causa da minha profissão, mas minha cabeça não para, sempre pensando em soluções novas. O que amo mais é o construir, criar os produtos para pets”, afirma ela que está testando um arranhador de papelão. “Gatos gostam de arranhar papelão, então fiz uma parceria com um supermercado e uso os descartados de melhor qualidade”, explica ela, que conta com uma trupe de pets parceiros para testar os produtos. “Temos projeto na área têxtil também para usar resíduo da indústria do sofá”, adianta.
O mercado de móveis planejados também começa a olhar mais para os animais de estimação e está mais fácil achar peças e acessórios decorativos próprios para animais de estimação incorporados aos ambientes. A Virmond Móveis Planejados parte do princípio que se animais de estimação fazem parte da vida das famílias, é preciso pensar em adaptações para suas necessidades.
E mesmo quem mora em ambientes pequenos pode criar um cantinho original para o pet, definindo lugares distintos para o descansa, comer e usar como banheiro. “Apesar de todo mundo ter cachorros e/ou gatos ainda não nos foi solicitado um compartimento especial em armários. Por termos DNA do sob medida podemos atender pedidos em qualquer tempo, basta o cliente nos apresentar a necessidade. Já orçamos um mobiliário especial para uma sala com passagens e caminhos divertidos para gatos”, conta Miguel Angelo Porfirio, um dos proprietários.
‘Sem limites, o que manda é a imaginação’
Exemplos criativos facilmente aplicáveis ao ambiente familiar são os embutidos em gavetas já existente, como em ilha de cozinha, aparador, racks; o espaço para alimentação, com lugar para refeições e para guardar comida, trazendo mais organização. Desenhadas por designers ou arquitetos, em geral as peças são simples. “A não ser que o cliente deseje algo tecnicamente complicado. O normal é uma porta com abertura para que o cãozinho ou gato entre para descansar, painéis com prateleiras e passagens para o deleite e exercício de gatos. O que manda é a imaginação”, diz ele.
Katia Aline Schurhaus, proprietária da K-haus arquitetura e professora do Centro Europeu, trabalha para criar espaços e ambientes acolhedores e saudáveis para todos que o habitam, humanos, bichanos, caninos e plantinhas também. “Para isso, estudamos muito sobre psicologia ambiental, das cores, biofilia e arquitetura. A preocupação deve ser criar espaços com enriquecimento ambiental, ou seja, tornar o espaço interessante para os pets”, explica. Primeiro, é preciso entender a natureza do pet – e o gato é bem peculiar. “Diferente dos cachorros, eles são semidomesticados, aceitam viver com a gente, mas ainda possuem muito comportamento nato selvagem!”, diz.
Também é importante entender como se comportam sozinhos, em bando, o que gostam, o que precisam, se se dão bem com os outros animais da casa, se gostam de lugares altos ou não. “Após essa análise é possível criar o espaço respeitando o jeito de cada animal. Resumidamente, os gatos gostam de um espaço que lembra a selva, portanto plantas são bem vindas, desde que não sejam tóxicas”, comenta. O cachorro corre à vontade sem muitas preocupações, já o gato gosta de escalar, de esconder e afiar as garras. “Precisam ter essas brincadeiras facilitadas, pois gostam de desafios, aventuras e muito espaço pra relaxar, principalmente no sol, exigindo ambientes especiais para que possam fazer isso tudo em segurança. Eles também gostam muito de espionar a vida alheia, por isso é importante que tenham acessos a janelas, desde que teladas”, ensina.
Serviço:
https://www.ogatodesign.com.br/
@ogato_design/
@k_haus.arquitetura
https://virmondmoveissobmedida.com.br
Série Pets
De ‘Pet sitter’ a cozinheiro: quando o amor aos animais de estimação vira profissão