Após 40 anos de espera, moradores da região central do Paraná comemoram a pavimentação da rodovia PR-239, entre Pitanga e Mato Rico. O dilema foi reivindicado por anos pela polução, pois a estrada não tinha ligação pavimentada com outros municípios. O investimento na obra foi de R$ 228,2 milhões, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Além de melhorar a infraestrutura do trecho, a estrada dá segurança aos moradores que se deslocam diariamente entre os municípios, com faixas adicionais e acostamentos ao longo da rodovia. O asfaltamento também impacta na vida de estudantes, pacientes e agricultores, que enfrentavam problemas com a antiga estrada de terra.
O impacto da obra na vida dos moradores da cidade é grande. Antes, por exemplo, o percurso entre Mato Rico e Pitanga durava cerca de duas horas, sendo feito por um trajeto de cerca de 120 quilômetros. Hoje, com uma estrada de qualidade, os moradores conseguem se deslocar pelos 43 quilômetros do novo percurso em menos da metade do tempo.
A falta de pavimentação também prejudicava que produtos essenciais chegassem ao município. Um morador contou que um posto de gasolina chegou a ficar sem combustível por dificuldade de acesso. Por causa disso, a população acabava pagando mais caro pelo produto.
“São mais de 40 anos aguardando por esta obra, que foi sonhada por muita gente. Por muitos anos, os municípios da região central do Paraná foram esquecidos pelo Estado, mas nos últimos anos isso mudou, e quem se beneficia é a população de Mato Rico”, disse o prefeito do município, Edelir Ribeiro.
Obra da rodovia
São 43,15 quilômetros de extensão da nova pista de pavimento asfáltico, com duas faixas de tráfego e acostamentos externos em ambos os lados. Também foram executados cerca de 15 quilômetros de terceiras faixas em pontos críticos, correções de traçado em relação à pista antiga, duas interseções em nível, novo sistema de drenagem de águas, com bueiros, sinalização e dispositivos de segurança rodoviária.
Contratada em 2018, a pavimentação da PR-239 enfrentou vários desafios desde o seu início. Além de uma disputa jurídica entre as participantes da licitação que paralisou o seu andamento por vários meses, a obra necessitou de extensas revisões de projeto ao longo de sua execução.
A terraplenagem, necessária para compor a plataforma da pista, foi um dos serviços mais modificados. O tipo de solo encontrado na região durante os trabalhos se mostrou muito diferente do que indicado nas sondagens feitas durante a elaboração do projeto, exigindo maior volume de movimentação e desmonte de rochas.
O projeto de drenagem e de dispositivos de canalização de corpos d’água também foi modificado para melhor atender os moradores lindeiros, garantindo que seus terrenos não fossem prejudicados futuramente pelas chuvas. Foram melhorados ainda os demais projetos, como de pavimentação, para se adequar às mudanças, e incluídos serviços adicionais de sinalização.