Colaboração

A tropa de choque da Polícia Militar do Paraná avançou contra manifestantes bolsonaristas no início da madrugada desta segunda (9) com uso de armas não letais, como gás de pimenta, e liberou a entrada da distribuidora de combustível da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na Região Metropolitana em Curitiba. Vindos dos acampamentos na frente dos quartéis de Curitiba, os golpistas começaram a chegar na noite deste domingo (8). Dois caminhões despejaram terra na portaria para impedir a entrada de saída de caminhões. Quando eles chegaram, já havia no local um grande efetivo de agentes da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Guarda Municipal de Araucária. Os representantes das forças de segurança fizeram uma reunião com os líderes do protesto e pediram que eles liberem a entrada da Repar, mas os manifestantes não aceitaram as exigências e disseram que não iriam sair. Os ataques, anunciados pelos bolsonaristas em suas redes sociais, teriam por objetivo impedir o fornecimento de combustíveis à população. A tropa de choque ficará no local para evitar que os bolsonaristas retornem.

Alguns deles com rostos cobertos chegaram a ameaçar um repórter do perfil Araucity, que trabalhava no local: “Pode embora senão vai apanhar”, afirmou um dos manifestantes, como mostra um vídeo. Há vários bolsonaristas chegando ao local. Em outro vídeo, um manifestante mascarado diz: “Precisamos de homens e mulheres corajosos, acabaram as quatro linhas da constituição”.

A “convocação” foi feita nos grupos no Telegram dos acampamentos do Pinheirinho, Boqueirão e Bacacheri logo após os atos terroristas em Brasília, quando foram invadidos os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

Veja o momento da desocupação do local:

Mais cedo, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) entrou em contato com o serviço de inteligência e segurança corporativa da Petrobrás; com o senador Jean Paul Prates, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da estatal;  e com órgãos federais da área de segurança pública, alertando para possíveis atos terroristas também em refinarias da Petrobrás em todo o país.

Em documento enviado neste domingo (8), à Gerencia Executiva de Inteligência e Segurança Corporativa (ISC) da Petrobrás, a Federação manifesta preocupação com a segurança dos trabalhadores e da população e cobra medidas de segurança imediatas.

“Estes possíveis atos podem colocar em risco os ativos da Petrobras, a integridade física dos trabalhadores destas unidades assim como o entorno destes ativos e comprometer o fornecimento de combustíveis para a população”, alerta a FUP.

“Neste sentido entendemos ser fundamental que a empresa se prepare e acione todos os meios necessários para garantir a segurança dos
trabalhadores e das unidades produtivas da empresa e o abastecimento dos mercados”, cobra a entidade. Veja abaixo a íntegra do documento.

Um dos primeiros alvos anunciados pelos vândalos seria a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro (RJ).

“Gravíssimos os atos terroristas hoje (8) em Brasília dos fascistas bolsonaristas, que atacaram a democracia brasileira. Enquanto isso, o então secretário de segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, agora exonerado, estava nos Estados Unidos reunido com Jair Bolsonaro. Torres, o conivente, tem que ser preso, assim como todos os responsáveis pelos crimes”, ressaltou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Prisões – Até o fechamento desta reportagem, foram confirmadas três prisões, dois homens e duas mulheres, que estavam ameaçando os bolsonaristas. Eles estavam armados em um carro e embriagados.