
A jornalista Kathya Balan, 43 anos, foi diagnosticada com câncer de mama inflamatório metastático triplo negativo em dezembro de 2022. Desde então, a paciente tenta conseguir a medicação que sua médica considera adequada para o tratamento. Nas últimas semanas, a jornalista conseguiu uma liminar de urgência na Justiça para aplicação do remédio, mas o plano de saúde ao qual é vinculada, a HapVida NotreDame Intermédica, negou e pediu a suspensão da decisão. Na última segunda-feira (31), a empresa voltou atrás e liberou a medicação por um mês, enquanto recorre judicialmente.
Em decisão médica, o tratamento de Kathya deveria ser trocado por um novo medicamento para que os resultados pudessem melhorar, mas o plano de saúde negou a nova medicação na primeira vez. A paciente, então, contratou serviço jurídico e conseguiu uma liminar de urgência para aplicação do remédio. O plano de saúde tinha 5 dias para responder a liminar, que tinha multa de R$ 1.000 por dia, mas isso não aconteceu.
Na segunda (31), o HapVida NotreDame chegou a pedir a suspensão da decisão liminar e indicou uma segunda linha de tratamento. Com o vencimento da multa, a advogada de Kathya iria pedir majoração da multa, de R$ 10 mil, e requerimento de bens para que a paciente pudesse comprar a medicação. No entanto, na noite do mesmo dia, a HapVida NotreDame Intermédica decidiu conceder a medicação para a paciente, por um mês, enquanto recorre judicialmente.
A Redação Bem Paraná procurou a HapVida, que informou, em nota, que a paciente receberia a medicação, mas não informou nada sobre o processo. Leia a nota na íntegra:
“A empresa informa que a medicação foi autorizada, estando a paciente ciente e acolhida. As informações relacionadas à discussão judicial serão tratadas no processo”.
Nesta sexta (4), Kathya deve receber a medicação pela primeira vez. “Hoje tenho câncer nos linfonodos, mama, pele e ossos, mas ainda não atingiu nenhum órgão vital. O câncer está em progressão, e se ele atingir algum órgão vital até eu tomar o remédio, pode ser que seja tarde demais… por isso a pressa”, diz Kathya. Nas últimas semanas, a paciente começou uma campanha nas redes sociais e viralizou contando a sua história em vídeos.
O tratamento
Diagnosticada em dezembro de 2022, Kathya logo começou o tratamento. Por ser um câncer que não se manifesta por nódulos e, sim, por mastite, o diagnóstico, na maioria das vezes, é tardio, quando já há metástase. No caso de Kathya, já havia metástase no externo.
O tratamento começou com 12 sessões de quimioterapia por semana, a conhecida como quimioterapia branca. Mas o resultado não foi o esperado. Embora o câncer na mama tivesse regredido, a doença progrediu para a pele, ossos e os linfonodos. Na época, a paciente requereu a medicação indicada pela sua médica, um remédio de alto custo, mas recebeu negativa do plano, que indicou uma segunda linha de tratamento.
O processo, então, continuou com a medicação indicada pelo plano de saúde, um tipo de quimioterapia vermelha. Mas, novamente, o resultado não foi positivo. “Foi horrível pra mim assim… O tumor na mama voltou e tomou conta, o câncer na pele se alastrou e está terrível… ele tá progredindo muito”, relata Kathya.
Com os resultados negativos dos últimos tratamentos, a médica de Kathya e a paciente resolveram pedir outra medicação para o plano de saúde, medicamento de alto custo. Hoje na Justiça, a luta por esse tratamento continua.