Após pressão, plano de saúde libera medicação para paciente com câncer avançado em Curitiba, mas processo continua na Justiça

Kathya Balan, que tem câncer de mama inflamatório metastático triplo negativo, deve receber a medicação na sexta (4), mas plano de saúde recorreu a decisão

Redação Bem Paraná

Luta pela vida (Franklin de Freitas)

A jornalista Kathya Balan, 43 anos, foi diagnosticada com câncer de mama inflamatório metastático triplo negativo em dezembro de 2022. Desde então, a paciente tenta conseguir a medicação que sua médica considera adequada para o tratamento. Nas últimas semanas, a jornalista conseguiu uma liminar de urgência na Justiça para aplicação do remédio, mas o plano de saúde ao qual é vinculada, a HapVida NotreDame Intermédica, negou e pediu a suspensão da decisão. Na última segunda-feira (31), a empresa voltou atrás e liberou a medicação por um mês, enquanto recorre judicialmente.

Em decisão médica, o tratamento de Kathya deveria ser trocado por um novo medicamento para que os resultados pudessem melhorar, mas o plano de saúde negou a nova medicação na primeira vez. A paciente, então, contratou serviço jurídico e conseguiu uma liminar de urgência para aplicação do remédio. O plano de saúde tinha 5 dias para responder a liminar, que tinha multa de R$ 1.000 por dia, mas isso não aconteceu.

Na segunda (31), o HapVida NotreDame chegou a pedir a suspensão da decisão liminar e indicou uma segunda linha de tratamento. Com o vencimento da multa, a advogada de Kathya iria pedir majoração da multa, de R$ 10 mil, e requerimento de bens para que a paciente pudesse comprar a medicação. No entanto, na noite do mesmo dia, a HapVida NotreDame Intermédica decidiu conceder a medicação para a paciente, por um mês, enquanto recorre judicialmente.

A Redação Bem Paraná procurou a HapVida, que informou, em nota, que a paciente receberia a medicação, mas não informou nada sobre o processo. Leia a nota na íntegra:

“A empresa informa que a medicação foi autorizada, estando a paciente ciente e acolhida. As informações relacionadas à discussão judicial serão tratadas no processo”.

Nesta sexta (4), Kathya deve receber a medicação pela primeira vez. “Hoje tenho câncer nos linfonodos, mama, pele e ossos, mas ainda não atingiu nenhum órgão vital. O câncer está em progressão, e se ele atingir algum órgão vital até eu tomar o remédio, pode ser que seja tarde demais… por isso a pressa”, diz Kathya. Nas últimas semanas, a paciente começou uma campanha nas redes sociais e viralizou contando a sua história em vídeos.

O tratamento
Diagnosticada em dezembro de 2022, Kathya logo começou o tratamento. Por ser um câncer que não se manifesta por nódulos e, sim, por mastite, o diagnóstico, na maioria das vezes, é tardio, quando já há metástase. No caso de Kathya, já havia metástase no externo.

O tratamento começou com 12 sessões de quimioterapia por semana, a conhecida como quimioterapia branca. Mas o resultado não foi o esperado. Embora o câncer na mama tivesse regredido, a doença progrediu para a pele, ossos e os linfonodos. Na época, a paciente requereu a medicação indicada pela sua médica, um remédio de alto custo, mas recebeu negativa do plano, que indicou uma segunda linha de tratamento.

O processo, então, continuou com a medicação indicada pelo plano de saúde, um tipo de quimioterapia vermelha. Mas, novamente, o resultado não foi positivo. “Foi horrível pra mim assim… O tumor na mama voltou e tomou conta, o câncer na pele se alastrou e está terrível… ele tá progredindo muito”, relata Kathya.

Com os resultados negativos dos últimos tratamentos, a médica de Kathya e a paciente resolveram pedir outra medicação para o plano de saúde, medicamento de alto custo. Hoje na Justiça, a luta por esse tratamento continua.