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Axolotes (Reprodução)

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu 16 pessoas em flagrante e resgatou mais de 1 mil animais durante uma operação contra o tráfico internacional de espécies silvestres e exóticas. Entre os animais apreendidos estão até axolotes que, além de ameaçados de extinção, são famosos entre crianças pela presença no jogo Minecraft. A ação ocorreu simultaneamente em 12 cidades do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais nesta terça-feira (17). Nos endereços alvos, os agentes localizaram animais como cobras de espécies variadas, pássaros de diversos portes (incluindo araras), sapos, tartarugas, macacos,, lagartos, entre outros.

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Com apoio aéreo de um helicóptero da PCPR, os policiais civis cumpriram 38 mandados de busca e apreensão em residências, clínicas veterinárias e cativeiros. A operação mirou a estrutura criminosa identificada e seus principais distribuidores em âmbito nacional e regional.

A estimativa é que mais de 1 mil animais tenham sido resgatados. Aqueles que não puderem ser restituídos à natureza, serão destinados a santuários de animais em todo o país.

A ação teve apoio da Polícia Militar do Paraná (PMPR), da Polícia Científica do Paraná (PCP), das polícias civis dos quatro estados envolvidos, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Água e Terra (IAT), da Prefeitura de Curitiba e de organizações ambientalistas.

Tráfico de animais silvestres: investigações duraram dois anos

As ordens judiciais resultam de uma investigação de dois anos que monitorou grupos virtuais voltados ao tráfico de animais silvestres — da fauna brasileira — e exóticos, de outras partes do mundo.

“Esses grupos, que concentram mais de 20 mil membros, se organizam para a venda de animais em todo o território nacional, tanto no atacado quanto no varejo”, afirma o delegado da PCPR Guilherme Dias, responsável pela investigação.

Entre as espécies traficadas estão onças, tucanos, araras, macacos, serpentes, aranhas e dezenas de aves nativas e exóticas. Milhares de espécies eram comercializadas mensalmente por meio destes canais.

“Infiltramos agentes em grupos digitais e descobrimos como funciona o comércio ilegal de animais no Brasil. Hoje, ele ocorre majoritariamente de forma online, diferente dos anos anteriores, quando se concentrava em feiras livres”, afirma o delegado.

A PCPR apurou que o grupo atuava de maneira estruturada e segmentada. As células criminosas sediadas em São Paulo eram responsáveis pela distribuição nacional, enquanto os núcleos do Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais abasteciam o Sul, o Sudeste e parte do Nordeste.

Para envio dos animais aos compradores, os criminosos utilizavam caminhoneiros, envios postais e até mesmo aplicativos de transporte.

Os crimes investigados são tráfico de animais, maus-tratos, falsificação de documentos públicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A operação é desdobramento de uma ação deflagrada em fevereiro de 2024, que resultou na apreensão de 390 animais e na prisão de nove pessoas. Na ocasião, a PCPR identificou que os criminosos chefiavam 27 grupos de aplicativos de mensagens voltados exclusivamente ao tráfico de animais, além de integrarem dezenas de outros, com mais de 20 mil integrantes e conexões internacionais no Paraguai e na Venezuela.

Cidades com mandados cumpridos na operação

Paraná:
•    Curitiba
•    São José dos Pinhais
•    Campina Grande do Sul
•    Fazenda Rio Grande
•    Matinhos
•    Piraquara
•    Almirante Tamandaré
São Paulo:
•    São Paulo (capital)
•    Santana de Parnaíba
•    Santos
Santa Catarina:
•    Ascurra
Minas Gerais: