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Na manhã deste domingo (28), um ato em favor da descriminalização e legalização do aborto reuniu mulheres nas ruas do Centro de Curitiba. O grupo se concentrou às 10h na Praça João Cândido e iniciou a marcha em direção à Parada da Diversidade, na Avenida Marechal Deodoro, que também ocorre neste domingo.
O ato faz parte do Dia Latino-Americo e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto, celebrado em 28 de setembro. Além da capital paranaense, diversos grupos se reuniram com o mesmo propósito em São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Sobral, Viçosa do Ceará, Brasília, Porto Alegre e Florianópolis.
Situação do aborto no Brasil
No País, o aborto é legalmente permitido apenas em três situações: gravidez resultante de estupro, risco de vida para a mulher ou casos de anencefalia fetal, quando o feto não tem cérebro formado. Dados do Ministério da Saúde mostram que os abortos legais realizados pelo SUS cresceram 71% nos últimos cinco anos, passando de 1.570 procedimentos em 2018 para 2.687 em 2023. Atualmente, são realizados cerca de 7 abortos por dia na rede pública, ou um procedimento a cada três horas e meia.
O aumento acompanha o crescimento dos casos de estupro, que passaram de 71,6 mil em 2018 para 81,6 mil em 2023, uma alta de 14%. Entre janeiro e abril de 2025, já foram registrados 24,4 mil casos. São Paulo lidera o número de registros desde 2018, com 81,8 mil casos, seguido pelo Paraná e Rio de Janeiro, com 44,4 mil e 33,6 mil, respectivamente.
Aborto e legislação global
Em 21 países, o aborto é totalmente proibido, afetando cerca de 111 milhões de mulheres, inclusive em situações de risco à vida ou à saúde da gestante. Entre eles estão Nicarágua, Honduras, Suriname, República Dominicana, Senegal, Egito, Madagascar e Filipinas. Em países como os Estados Unidos e México, a legalidade varia conforme a legislação de cada estado.
Segundo o Centro de Direitos Reprodutivos, mais de 60 países flexibilizaram suas leis sobre aborto nos últimos 30 anos, enquanto quatro nações reverteram a legalidade: Estados Unidos, Polônia, Nicarágua e El Salvador.