Aulas no hospital diminuem a distância da escola no período de internação

SMCS

Quatro hospitais, 16 professores da rede municipal e cerca de 800 atendimentos por mês a estudantes da Grande Curitiba e de todas as regiões do País. O Programa de Escolarização Hospitalar, desenvolvido pela Prefeitura de Curitiba, contribui para a reinserção de crianças e adolescentes à escola após alta do hospital. Os estudantes hospitalizados conseguem dar continuidade aos estudos e a Secretaria Municipal da Educação melhora a adaptação dos pacientes hospitalizados ao ambiente escolar.

O atendimento no hospital garante o direito do estudante e diminui a distância da escola durante o período de internação, afirma a diretora do Departamento de Inclusão e Atendimento Educacional Especializado, Gislaine Budel.

Isack Gonçalves, de 11 anos, participa do atendimento no Hospital de Clínicas. Mesmo se recuperando de um transplante de medula, ele faz as atividades ministradas pelas equipes formadas por professores da rede municipal que atuam com o atendimento escolar no local. Saio daqui em breve e vou sentir falta das aulas de Matemática porque eu pude aprender onde ela se aplica de verdade, afirma o garoto.

A menina que reside em Brasília vem a cada seis meses para fazer consultas de acompanhamento e nunca deixa de passar na sala de atendimento da escolarização para matar a saudade que ficou das professoras. É muito bom trabalhar dando aos estudantes que estão no hospital uma perspectiva de futuro. E ainda mais felizes ficamos quando, depois de algum tempo, reencontramos esses estudantes já curados e levando a vida normalmente, explica a professora Cláudia.

A equipe do Programa de Escolarização Hospitalar está presente nos hospitais Pequeno Príncipe, Erasto Gaertner, Hospital de Clínicas do Paraná e Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia (APACN).

Como é feito

O programa tem 29 anos e o atendimento pedagógico é conciliado com o cotidiano hospitalar. O objetivo é que os estudantes possam continuar o processo de escolarização e voltem ao ambiente escolar sem perdas de conteúdo curricular. O acompanhamento dos estudantes é feito por um professor, que além do comprometimento pedagógico manifesta amorosidade e alegria, potencializando a prática de ensinar e aprender, explica a responsável pelo programa, Mirta Cristina Pereira Pacheco.

As atividades são organizadas e planejadas preferencialmente de acordo com o currículo da escola de origem dos estudantes ou mesmo com atividades enviadas por essas escolas, propiciando situações de ensino com momentos de prazer, sem perder a intencionalidade pedagógica. As aulas acontecem em salas específicas, como também nos leitos, Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), ambulatórios e salas de quimioterapia.

Professora no Hospital Pequeno Príncipe, Eluane Sanches trabalha com as crianças que fazem hemodiálise e explica que o atendimento individual e a diversidade de recursos permitem que as demandas da escola e a criança em tratamento dialoguem. O espaço é diferente, mas buscamos trazer a escola perto deles para que possam continuar sua formação. É um cuidado que tem várias dimensões envolvendo saúde, educação, cultura, lazer, e alimentação, destaca.