
Prejuízos estimados em R$ 7, 5 milhões ao Sistema de Transporte Coletivo de Curitiba por ano levaram a Prefeitura de Curitiba a criar dispositivos para estancar essa perda. A Urbanização de Curitiba (Urbs) já iniciou nesta sexta, 10, a implantação de barreira de aço contra fura-catracas – pessoas que usam os ônibus coletivos sem pagar passagem – em 62 estações-tubo da cidade.
Ao todo, serão 124 barreiras feitas de aço (duas para cada equipamento) para impedir a ação de pessoas que tentam entrar nos ônibus sem pagar passagem.
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“As invasões prejudicam o transporte público, que deixa de receber a receita pelo serviço prestado e tem que ampliar gastos operacionais para reforçar a fiscalização e colocar anteparos e barreiras. Isso encarece custos e penaliza os passageiros que pagam corretamente as passagens”, diz Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbs.
Saiba onde estão as barreiras contra fura-catracas
A primeira estação-tubo a receber o dispositivo foi a estação-tubo China, localizada no Bairro Alto. Nesta sexta-feira (10/10), no início da tarde, devem ser implantados, se não chover, os dispositivos em ambos os sentidos na estação-tubo Passeio Público, no Centro Cívico.
Durante os trabalhos, as estações vão operar normalmente. Os dispositivos são implantados nas laterais dos equipamentos, impedindo a entrada nos ônibus pelo lado das estações-tubo, explica Rodrigo Baryczka de Mello, coordenador da Unidade de Manutenção de Transporte da Urbs. O prazo para instalação nas 62 estações-tubo é de 12 meses.
Invasões ao transporte coletivo passam de 4.500 ao dia
Uma pesquisa realizada pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp) durante sete dias, entre 11 e 17/8 de 2025, detectou 32.181 invasões no período no transporte coletivo, o que representa uma média de 4.597 por dia. O número é 14% inferior ao registrado na pesquisa anterior (36.729), de março de 2025, mas permanece em patamares elevados.
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A estação Marumby, sentido Terminal Portão, foi a que registrou o maior número de invasões no período, com 1.022 casos; seguida pela UTFPR sentido Pinheirinho (802); Osternack (796); Kennedy (673); e Praça Rui Barbosa sentido Centenário (615).
As estações Barigui, em ambos os sentidos, no bairro Mossunguê, são as que mais têm invasões quando comparado ao número de passageiros. Na estação sentido bairro, 34% dos usuários não pagaram passagem, percentual que ficou em 21% no sentido Centro no período analisado.
“As empresas realizam constantemente pesquisas para mapear os pontos com maior incidência de evasão e compartilham os dados com o poder público. Esperamos que essa iniciativa tenha o apoio da população, pois ela representa um avanço na busca por mais segurança e justiça para todos que utilizam e pagam corretamente pelo transporte público”, diz Angelo Gulin, presidente do Setransp.
A intenção da Urbs é que após a primeira etapa, mais estações sejam contempladas com a colocação dos dispositivos.
Urbs testa modelo sugerido por passageiro para impedir invasões
A Urbs também vem testando um outro modelo de barreira contra fura-catracas, desenvolvido partir da ideia de um passageiro. Ao contrário dos dispositivos fixos, que serão colocados nas 62 estações-tubo, o modelo em teste é móvel, funciona através de contatos entre as linguetas instaladas nas rampas e na estação-tubo.
O equipamento é acionado, junto às portas de desembarque, quando a rampa do ônibus toca a plataforma.
O teste está sendo realizado, desde março, na estação-tubo Morretes, no bairro Portão. “Estamos avaliando, fazendo os ajustes necessários e se conseguirmos bons resultados o projeto pode ser homologado para ser implantado em outras estações-tubo”, diz Alceu Portella, gestor da área de manutenção da Urbs.