Perturbação: top 10 dos bairros mais barulhentos de Curitiba em 2025; mais de 3 mil reclamações

A cada dia, forças de segurança e equipes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) recebem 18 chamados de pessoas incomodadas com algum tipo de barulho. São os casos de perturbação do sossego e de poluição sonora, que só neste ano geraram mais de 3 mil reclamações às autoridades públicas. Para se ter uma dimensão do que isso representa, é o equivalente a um registro a cada 78 minutos. Além disso, 10 dos 75 bairros curitibanos concentram mais da metade dos casos, revela um levantamento exclusivo do Bem Paraná.

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Os dados ora apresentados foram reunidos a partir de três fontes oficiais diferentes. Uma delas é a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR), que disponibiliza informações sobre boletins de ocorrência registrados pelas Polícias Civil e Militar. A outra é SiGesGuarda, sistema que traz dados das ocorrências atendidas pela Guarda Municipal de Curitiba. Finalmente, há ainda as solicitações geradas pela Central 156, um dos principais canais de comunicação entre o cidadão e a Prefeitura Municipal de Curitiba.

3.337 reclamações no primeiro semestre

Através desses três canais, anotou-se um total de 3.337 ocorrências de perturbação do sossego no primeiro semestre do ano. Um número expressivo, mas bem menor do que aquele que se registrou no mesmo período de 2024 (5.798) e 2023 (5.294). Um indicativo de que a estatística deve voltar a cair na cidade.

É que nos dois últimos anos esse tipo de situação vinha em alta. Entre 2020 e 2022, por exemplo, houve cerca de 8 mil casos por ano na Capital, com uma média entre 21 e 22 ocorrências por dia. Já em 2023, anotou-se 10.890 casos, com 30 denúncias diárias. No ano seguinte, as reclamações por barulho até recuaram, mas ainda estiveram em patamar elevado: 9.856 denúncias, com aproximadamente 27 registros por dia.

Quinto crime mais comum na cidade

A Polícia Militar é o órgão mais acionado para lidar com as situações de perturbação do sossego. Prova disso é que das 3.337 reclamações no ano. 3.304 foram atendidas pelas forças policiais, oito pela Guarda Municipal e outras 25 foram informadas através da Central 156. E entre os mais diversos tipos de crime, os casos de perturbação do sossego ou da tranquilidade estão entre os que mais dão trabalho às autoridades policiais.

O crime mais comum na Capital, em 2025, é o de furto, com 22.027 casos no primeiro semestre no ano. Na sequência vem os casos de estelionato (19.973), ameaça (5.667) e lesão corporal (4.358). Perturbação do sossego, por sua vez, vem na sequência, fechando o “top cinco” de ocorrências mais frequentes: 3.304 boletins de ocorrência. Fica a frente dos casos de roubo (3.080), das ocorrências envolvendo o uso/consumo de drogas (2.055) e dos furtos de veículos, por exemplo.

10 bairros concentram mais da metade das ocorrências…

Um dado curioso que o levantamento do Bem Paraná traz é que 10 dos 75 bairros curitibanos concentram mais da metade das reclamações de barulho na cidade. Isso porque, no primeiro semestre do ano, esses lugares foram responsáveis por 1.817 acionamentos de perturbação do sossego, o equivalente a 54,45% de todos os registros no município.

O bairro com mais ocorrências é a Cidade Industrial de Curitiba (CIC), com 522 casos. Na sequência aparecem ainda Sítio Cercado (335), Tatuquara (220), Centro (136), Pinheirinho (113), Xaxim (112), Uberaba (102), Novo Mundo (97), Campo de Santana (93) e Boqueirão (87).

Outros 12 bairros, entretanto, também já acumulam mais de 50 reclamações no ano. São eles: Cajuru (79), Bairro Alto (76), Fazendinha (76), Capão Raso (67), Guaíra (65), Portão (61), Ganchinho (59), Pilarzinho (58), Alto Boqueirão (56), Campo Comprido (55) e Santa Felicidade (51).

Crime sem hora para acontecer: basta o incômodo

Um fato que muitas pessoas ignoram é que, para se considerar perturbação do sossego, não há horário nem forma específica. Basta o incômodo. Ou seja, não existe essa história de que perturbação do sossego só se configura a partir das 22 horas. “Muito pelo contrário, não tem hora e nem lugar”, afirmou recentemente em entrevista à Agência Estadual de Notícias (AEN-PR) a tenente Caroline Félix. “Qualquer pessoa que se sinta incomodada com o som alto ou com gritarias pode acionar a Polícia Militar para que a ocorrência seja atendida. E o som tem sido incômodo para muitos”.

Para denunciar, basta acionar uma viatura da Polícia Militar ou denunciar por telefone (190) ou aplicativo (APP190), encaminhando fotos ou vídeos do ocorrido. Outra opção também é acionar a Guarda Municipal (telefone 153), caso a situação de perturbação esteja ocorrendo num espaço como uma escola municipal ou praça do município, ou fazer uma reclamação via Central 156, da Prefeitura de Curitiba.

Além do atendimento pelas equipes policiais, os órgãos públicos também atuam na prevenção do problema. São ações que unem as forças policiais e outros órgãos do Governo do Estado e da Prefeitura por meio da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu).

Ocorrências de perturbação do sossego em Curitiba, por bairro