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Padrão internacional: bombeiros concluem curso de protocolos da ONU para deslizamentos (Foto: CBMPR)

Uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) participou de um curso de busca e resgate em estruturas colapsadas com padrão internacional. A capacitação segue os protocolos do Insarag (Grupo Consultivo Internacional de Busca e Resgate), ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), e habilita os participantes a atuar em desastres como terremotos, deslizamentos de terra e desabamentos. Foram formados 38 formou 38 profissionais do CBMPR.

Segundo o major Gabriel Greinert, coordenador do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST), responsável pelo curso, a formação reforça a capacidade de resposta do Estado em emergências envolvendo o colapso de edificações, como o desabamento de estruturas em obras ou a queda de lajes.

“São casos relativamente comuns, como lajes ou muros que caem sobre trabalhadores, ou o colapso completo da estrutura por falhas na construção”, afirma o major.

Em 2024, uma operação do CBMPR resgatou com vida uma mulher presa sob escombros após a queda de lajes em um supermercado em Pontal do Sul. “Na sequência, localizamos e removemos três corpos usando técnicas de movimentação de grandes estruturas”, diz o major Greinert.

Embora associado a terremotos, que não ocorrem no Brasil, o curso também prepara os bombeiros para atuar em deslizamentos, soterramentos e outros tipos de colapsos estruturais. Neste ano, além de militares do Paraná, participaram profissionais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. A formação tem duração de cinco semanas e inclui um simulado de 36 horas ininterruptas, exigência do padrão Insarag. O major Greinert afirma que os bombeiros seguirão em capacitações contínuas com o objetivo de obter a certificação máxima da ONU.

EXTREMO FÍSICO E EMOCIONAL – O curso também prepara os participantes para operar com equipamentos como câmeras termais, sismógrafos e microfones de baixa frequência, usados para localizar vítimas sob escombros. De acordo com o major, o grupo é especialmente treinado para o extremo físico e emocional. “Enquanto a maioria das ocorrências é resolvida em menos de uma hora, casos de estruturas colapsadas podem durar dias. Isso exige preparo técnico e controle mental”, diz.

As operações incluem escoramento, rompimento de concreto e movimentação de estruturas com alavancas, além de técnicas em altura. Em muitos casos, o acesso às vítimas só é possível por cima dos escombros.