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Em Curitiba, doações não param de chegar: população se engaja e até ajuda no carregamento (Franklin de Freitas)

A trágica situação que passa o Rio Grande do Sul, com chuvas intensas desde a semana passada e alagamentos de boa parte de suas cidades, em contrapartida com o clima em Curitiba que, já com mais de um mês desde o início do outono ainda vive com temperaturas típicas do verão, expõe como o clima e as mudanças climáticas podem estar relacionadas com o momento.

Coincidentemente, o tema motiva o Fórum Curitiba sobre Mudanças Climáticas, que tem nesta quarta-feira (8) sua 8ª reunião ordinária. O evento acontece no auditório da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, às 10h, e é aberto para toda a população. O endereço é Avenida Manoel Ribas, 2.727, Mercês.

De acordo com o diretor de Mudanças Climáticas, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Felipe Maia Ehmke, no encontro será aprovado o regimento interno do Fórum Curitiba sobre Mudanças Climáticas.

“Também vamos apresentar as ações do Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas de Curitiba, o nosso PlanClima”, explicou Ehmke.

O Fórum Curitiba Sobre Mudanças Climáticas é formado por representantes das secretarias municipais do Meio Ambiente, de Defesa Social e Trânsito, da Educação, da Saúde, do Urbanismo, de Obras Públicas e de Segurança Alimentar e Nutricional, da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, do Ippuc e da Urbs.

Da sociedade civil organizada também há representantes da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Sociedade Paranaense de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Também participam as principais universidades na Capital e representantes de órgãos e instituições do Estado.

O Fórum Curitiba sobre Mudanças Climáticas atua em caráter consultivo, visando estimular, fortalecer e avaliar a implementação de políticas de Mudanças Climáticas mobilizando a sociedade por meio de debates para a discussão e tomada de decisões sobre o fenômeno das mudanças climáticas globais.

Doações: neste momento a prioridade é por água potável

Na tarde desta terça-feira (7), os curitibanos se uniram mais uma vez para ajudar no carregamento dos caminhões dos Bombeiros do Paraná. Entre correntes e doações, os cidadãos têm se mostrado proativos para ajudar às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A prioridade no momento é a doação de água.

O Tenente Coronel Félix, do Primeiro Grupamento de Bombeiros em Curitiba, frisou que os quartéis não estão aceitando roupas. No momento, o único local que aceita doação de roupas é o Correios. Nos quarteis e demais pontos de doação em Curitiba, as doações devem ser de água, leite, colchões, cobertores, produtos de higiene e limpeza. A prioridade, entretanto, é a água – seja em grande, ou pequena quantidade, enfatizou o comandante.

Nesta semana, os pontos de doação para o Rio Grande do Sul se multiplicaram. Além dos 166 pontos parceiros da Prefeitura de Curitiba e os postos dos Bombeiros, dezenas de instituições e associações também iniciaram campanhas de recolhimento de donativos.

A própria campanha da Prefeitura que em princípio acabaria nesta quarta (8), foi estendida indefinidamente, enquanto for necessária a ajuda para o estado do Sul.

Nesta terça-feira, a Prefeitura fez a entrega do primeiro caminhão com os donativos arrecadados por Curitiba para o estado do Rio Grande do Sul. Ao todo, são 12 toneladas de alimentos, além de 350 kg de ração animal e 300 mil litros de água. As doações serão utilizadas para ajudar o povo gaúcho a se recuperar dos estragos causados pelas fortes chuvas na última semana.

Paraná faz ponte aérea de ajuda ao Rio Grande do Sul

Aeronaves da Casa Militar do Paraná têm cumprido uma função estratégica para prestar ajuda à população do Rio Grande do Sul nos últimos dias. Na manhã desta terça-feira, coordenadores e médicos veterinários da Defesa Civil do Paraná foram transportados para a cidade de Santa Cruz do Sul para reforçar o auxílio às vítimas, enquanto no período da tarde equipamentos de internet via satélite foram levados à Canoas para restaurar a conectividade de equipes.

O transporte aéreo integra uma série de medidas dentro da iniciativa SOS RS, que é coordenada pelo gabinete da primeira-dama, Luciana Saito Massa, e a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil do Paraná. No domingo, o avião da Casa Militar já havia entregue oito bolsas de nutrição parental (NPT), uma alimentação especial em formato de soro, para serem administradas em três crianças que estão internadas em hospitais de Santa Maria, além de uma na cidade de Santiago.

“O Governo do Estado está empregando todo o aparato da Casa Militar para ajudar a população do Rio Grande do Sul em diferentes frentes. Além dos profissionais e equipamentos, estamos levando novas bolsas de nutrição parental à Santa Maria para as famílias que precisam desse insumo com urgência”, disse o chefe da Casa Militar, tenente-coronel Marcos Tordoro,.

A atuação das aeronaves da Casa Militar complementa as mais de 190 toneladas de donativos já enviadas ao Rio Grande do Sul – outras cerca de 300 toneladas estão em separação pela Defesa Civil e os quartéis dos Corpos de Bombeiros Militar continuam a receber doações em todo o Paraná.

O pacote humanitário inclui ainda cinco caminhões-pipa da Sanepar para ajuda no abastecimento de água e 32 policiais, oito viaturas, uma embarcação e um helicóptero da Polícia Militar para atuação no policiamento ostensivo.

Bombeiros — Nesta quarta-feira será renovada a equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná que atua nos resgates no Rio Grande do Sul. Ao todo, 37 bombeiros militares com treinamento em situações de grandes desastres vão se deslocar para o território gaúcho, permitindo que aqueles que atuam desde a madrugada do dia 2 de maio retornem para suas bases.

A saída de Curitiba está prevista para as 8 horas, na sede do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST).