A Grande Curitiba vive uma segunda (22) de caos com muitos bairros sem energia, sem água, sem semáforos funcionando e nem agentes de trânsito suficientes para orientar o fluxo de carros. Vários bairros da cidade, entre eles, Juvevê, Cabral, Abranches, São Lourenço, Barreirinha, Boa Vista, Pilarzinho e Rebouças, Hauer e Parolin, estão há mais de 13 horas sem energia e sem previsão de retorno. Tudo resultado dos ventos fortes que atingiram a região na madrugada e manhã desta segunda. Segundo a Defesa Civil de Curitiba, 121 árvores foram derrubadas com o temporal na capital, com um acumulado de 17,38 mm de chuva. Segundo a Copel, foi o evento climático mais severo enfrentado pela companhia em 2025, e um dos mais intensos dos últimos anos.
Segundo balanço da Copel das 18 horas, 26 mil domicílios seguiam sem energia elétrica há mais de 13 horas só em Curitiba. Em todo o Paraná, de acordo com o balanço, eram 208 mil domicílios sem energia , 70 mil na região Leste, 46 mil no Norte; 33 mil no Centro-Sul, 33 mil no Oeste e Sudoeste e 26 mil no Noroeste.
O pico de interrupção no fornecimento de energia ocorreu por volta das 7h desta segunda-feira (22), quando 1,1 milhão de unidades consumidoras estiveram simultaneamente sem luz. Ao longo do dia, segundo a Copel, o trabalho das equipes reduziu em 81% este contingente.
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O número de postes quebrados já soma 172. A maior parte fica no Norte do Estado (49), onde duas torres de alta tensão também foram derrubadas com a ação dos ventos, no município de Bandeirantes. No Noroeste foram identificados até o momento 41 postes quebrados; 30 no Centro-Sul e Leste do Paraná; 29 no Oeste e 23 postes quebrados no Sudoeste do Estado.
As interrupções são causadas principalmente pela queda de galhos e árvores sobre a rede elétrica, que podem provocar curtos-circuitos, rompimento de cabos e até a quebra de postes.
As equipes da companhia têm pela frente mais de 9 mil ocorrências para atendimento, em todo o Paraná. A previsão de restabelecimento varia de acordo com a causa de cada uma das interrupções e a dimensão dos danos encontrados em campo.
Mais de 2,7 mil eletricistas da Copel estão em campo, atuando na recuperação dos danos e na recomposição dos serviços aos imóveis desligados em decorrência do ciclone extratropical e das tempestades localizadas que atingiram as diversas regiões do Paraná a partir do último fim de semana.
Caos na Grande Curitiba: até às 17 horas, 117 semáforos apagados
A assessoria de imprensa da Superintendência de Defesa Social e Trânsito de Curitiba informou que 157 semáforos foram afetados pela falta de energia elétrica em razão da tempestade nesta segunda (22). Por volta das 17 horas, 117 ainda estavam apagados. Segundo a assessoria, os agentes de trânsito estão atuando nos cruzamentos com maior fluxo de veículos e com trânsito mais intenso.
Mas, segundo a reportagem do Bem Paraná apurou, na via rápida que liga o bairro Santa Cândida ao Centro Cívico foram constatados pelo menos oito semáforos apagados e e nenhum deles tinha guarda de trânsito. Foi em uma dessas esquinas, da Campos Sales com Deputado Mário de Barros, que a reportagem flagrou um acidente de trânsito. O motorista de um dos carros que, felizmente não ficou ferido, teve que orientar o trânsito na falta de agentes.
Quatro horas sem água: Sanepar usa guindaste para retomar operação na ETA Iguaçu
Os municípios de São José dos Pinhais, Pinhais, Piraquara e Colombo ficaram por quatro horas sem água, das 5 às 9 horas, por causa do destelhamento de um dos telhados da unidade, arrancado pela força dos ventos da tempestade que atingiu a capital paranaense na madrugada desta segunda-feira. As telhas foram lançadas pelo vendaval sobre um dos módulos da unidade, comprometendo três equipamentos de filtragem. Às 9 horas , o tratamento de água foi retomado parcialmente, em uma média de 2,7 mil l/s e às 16 horas, a ETA já estava operando próximo dos níveis normais – com 3,2 mil litros de água tratados por segundo (a capacidade máxima é de 3,5 mil l/s). Às 17h30, o reestabelecimento da distribuição foi total.
Apenas em localidades pontuais o sistema de abastecimento ainda segue em retomada, com previsão de normalização nas próximas horas. Há pontos em que a retomada depende do restabelecimento da energia.
O impacto relacionado ao abastecimento foi minimizado pela flexibilidade do Sistema Integrado de Abastecimento de Curitiba (SAIC), que permite que outras estações da façam o fornecimento, e pela agilidade da equipe da Sanepar na reativação emergencial da ETA Iguaçu, que fornece água tratada para 500 mil pessoas na capital e cidades vizinhas.
Para a retirada das telhas danificadas, os profissionais utilizaram um guindaste e a área afetada foi coberta com lona. Os três filtros receberam os primeiros reparos e operam em modo emergencial. Os reparos definitivos na ETA Iguaçu estão programados para os próximos dias.