Uma das cidades mais inovadoras do Brasil, Curitiba já acompanha, ainda que de maneira lenta, a transformação da mobilidade e a transição energética, com os veículos a combustão dando, gradualmente, espaço para os veículos elétricos. Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), organizados e disponibilizados pela NeoCharge, nos últimos dois anos a frota de veículos eletrificados na capital paranaense registrou um verdadeiro salto, passando de 971 unidades em maio de 2020 para 2.865 em maio de 2022, com crescimento de 195%, portanto.
Ainda que a frota de veículos elétricos seja pequena — em maio último o município possuía 1.005.230 automóveis, o que significa que menos de 0,3% dos veículos que rodam pela cidade são eletrificados —, o interesse crescente por esses carros vem fazendo com que uma série de mudanças estruturais ocorram. Entre elas estão a criação e instalação dos chamados eletropostos, que são estações de carregamento para veículos elétricos ou híbridos plug-iAtualmente, existem em Curitiba pelo menos 58 eletropostos, espalhados por 27 dos 79 bairros curitibanos. O levantamento, inédito e que considera os estabelecimentos localizados apenas na capital parananese (e não o de municípios metropolitanos), foi feito pelo Bem Paraná cruzando as informações de duas plataformas diferentes: o portal Plug Share, onde é possível encontrar postos de recarga para carros elétricos no mundo todo; e o Google Maps, que desde 2019 mostra os eletropostos existentes em diferentes localidades e a disponibilidade das estações através de uma pesquisa simples, bastando digitar “ev charging stations” (Estações de carregamento para veículos elétricos, em português) no sistema de buscas do aplicativo de mapas
Boa parte desses eletropostos na capital paranaense está em shoppings (como o Crystal, Estação, Mueller, Park Shopping Barigui, Curitiba, Jockey Plaza e Pátio Batel), outros tantos em concessionárias de veículos ou mesmo em lojas da rede Condor (nos hipermercados do Água Verde, Bigorrilho e Bom Retiro e no Super Condor do Campo Comprido). Há ainda algumas unidades em hospitais (como o Marcelino Champagnat), estacionamentos e restaurantes. Nem todos, contudo, são acessíveis ao público – exemplo disso é o eletroposto que fica no estacionamento do Palácio da Justiça, no Centro Cívico, por enquanto usado apenas para carros institucionais.
De forma bastante simples, podemos dizer que um eletroposto funciona mais ou menos como um posto de gasolina tradicional. Só que em vez das bombas de combustível, o estabelecimento disponibiliza carregadores para carros elétricos e híbridos, que podem ser de modelos diferentes, desde os mais simples (como AC Wallbox, fixo na parede, com recargas lentas ou semirrápidas em corrente alternada) até os mais robustos, fixo no piso, com recargas rápidas ou ultrarrápidas em corrente contínua).
Além dos tipos de carregadores, a potência dos mesmos para carros elétricos e híbridos também pode variar, com valores como 7,4 kW ou 22 kW. Além disso, a recarga pode ser paga ou não, a depender do modelo de negócio em questão.
Por isso tudo, antes de realizar uma recarga, é fundamental verificar qual o plugue (tomada de entrada) do seu carro elétrico ou híbrido plug-in e qual o conector do cabo utilizado no eletroposto em questão. Essas informações podem ser visualizadas através da pesquisa pelo Google Maps ou através do Plug Share (que está disponível ao público como aplicativo ou pelo site www.plugshare.com).
Uma questão de sustentabilidade
Outro ponto a favor dos veículos elétricos diz respeito ao meio ambiente. É que o uso dos carros convencionais, a combustão, contribui fortemente com o aquecimento global devido aos gases liberados. Um veículo abastecido por gasolina, por exemplo, libera em média 120 gramas de gás carbônico (CO2) por quilômetro rodado. Outros gases, como o monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC), dióxido de enxofre (SO2) e material particulado (MP). também são emitidos. contribuindo para a poluição da atmosfera.
Já os veículos elétricos por si só não emitem gases de efeito estufa. E mesmo que a fonte geradora de energia utilizada para fabricação e carregamento do veículo produza estes gases, como é o caso da termoelétrica, o ciclo de vida do carro elétrico terá menos emissões de gases e poluentes do que um carro a gasolina, ou qualquer outro combustível. Além disso, também é possível ficar livre das emissões e poluentes utilizando uma fonte geradora 100% limpa e renovável. A Resolução Normativa nº 482 de 2012 da ANEEL permite o uso de sistema de energia solar como fonte de energia. Desta forma, é garantido que a energia será limpa e sustentável.
Concessionária
A capital paranaense acaba de ganhar a primeira concessionária BYD, marca de automóveis premium elétricos e híbridos, inaugurada pelo Grupo Servopa, referência no mercado automotivo de Curitiba. A concessionária fica na Rua Rockefeller, 1217, no bairro Rebouças.
Como fazer
Posso carregar meu carro elétrico em casa?
Carregar um veículo elétrico é quase tão simples quanto carregar um celular, basta conectar o cabo do carregador no veículo e começar o processo. Algumas ações, contudo, são importantes para evitar transtornos, como a verificação técnica da estrutura elétrica. Também é comendado carregar os veículos em tomadas de 220V, de preferência aterradas, para que não haja risco de incêndios ou curto-circuitos.
Além disso, o consumidor deve se atentar aos diferentes tipos de carregadores, que podem ser mais ou menos adequado de acordo com o local de instalação, tempo para recarga, potência dos carregadores e, especialmente, a necessidade do usuário.
Os carregadores de emergência, por exemplo, são os que acompanham o carro já no momento da compra e permitem o carregamento em tomadas comuns de 10A, funcionando em qualquer casa, empresa ou comércio, mas oferecendo um carregamento mais lento.
Para a bateria do veículo carregar mais rapidamente, uma opção são os carregadores residenciais, também conhecidos como wallbox, que geralmente são fixos e ficam instalados em paredes, chegando a 16 ou 32A e que podem ser instalados em tensões de 220/380 V, dependendo da disponibilidade da rede residencial.
Veículo elétrico ou a combustão? Vantagens e desvantagens
Como saber se eu compro um veículo clássico, que utiliza combustível fóssil e é movido a combustão interna, ou um veículo elétrico, cuja energia responsável por alimentar o motor vem de uma bateria?
O primeiro ponto é que, hoje, o carro elétrico é, sem sombra de dúvidas, mais caro. O valor de um veículo elétrico, inclusive, pode ser de 2 a 4 vezes maior que um carro convencional, em grande parte por conta da bateria.
Outra grande vantagem do veículo a combustão é sua autonomia e o abastecimento, que é muito rápido e difundido, uma vez que há uma excelente infraestrutura de postos de gasolina pelo país e que a estrutura de eletropostos ainda é incipiente. Um carro convencional pode ser abastecido em 5 minutos ou menos, enquanto um carro elétrico pode levar pelo menos 1 hora para ter a bateria carregada – dependendo do tipo e potência do carregador.
Por outro lado, o custo para ter a bateria ou o tanque cheio pode ser bem diferente. Por mais que a eletricidade varie de acordo com a concessionária de energia, ela ainda é mais barata que a gasolina ou o etanol e a despesa para percorrer uma mesma distância pode ser até 4 vezes menor para o carro elétrico. Uma forma de compreender melhor esses cálculos é acessar a calculadora de economia para veículos elétricos desenvolvida pela NeoCharge, onde basta inserir poucas informações sobre o veículo e descobrir os benefícios oferecidos ao trocar seu carro a combustão por um elétrico. O link é: www.neocharge.com.br/calculadora-carro-eletrico.
Além disso, outra vantagem do veículo elétrico é que seu custo de manutenção é mais baixo do que o de um carro a combustão, uma vez que o motor elétrico possui menor quantidade de peças móveis e não necessita de troca do óleo do motor, líquido de arrefecimento, fluído da transmissão e correias, o que acarrete em uma significativa redução dos gastos na manutenção. Despesas gerais com os veículos, como troca de pneus e freios, seguro e reparos estruturais fazem parte da manutenção de qualquer veículo. Já o maior gasto possível de manutenção com um veículo elétrico é com a troca do banco de bateria, o que pode ser muito custoso caso essas baterias não estejam dentro da garantia.