A Secretaria da Segurança Pública e a Companhia de Informática do Paraná (Celepar) anunciaram, nesta terça-feira (27), o início da emissão do novo modelo da carteira de identidade paranaense, que marca definitivamente a modernização do Instituto de Identificação do Estado. Com investimentos de mais de R$ 9 milhões, a modernização do Instituto cria, além do modelo da nova cédula de identidade, um banco de dados atual e digitalizado que permitirá, entre outras coisas, a identificação de criminosos a partir de informações colhidas no local do crime.
O anúncio foi feito oficialmente pelo secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari, pelo presidente da Celepar, Marcos Mazoni, pelo diretor do Instituto de Identificação, delegado Luiz Fernando Artigas, e pela chefe do Núcleo de Informática da Secretaria da Segurança, Elizabeth Brixel, que coordenou ao lado de Artigas, toda a modernização.
“O sistema está todo informatizado e as carteiras serão todas digitalizadas. Isto diminui, em muito, o tempo de emissão do documento e, principalmente, melhora a segurança do Estado já que dificultará as falsificações e praticamente não permitirá que pessoas mal-intencionadas tirem várias vias do mesmo documento para aplicar golpes”, explicou o secretário.
A partir de agora, todas as carteiras solicitadas no Paraná serão emitidas no novo modelo inteiramente digitalizado. A nova carteira não será e nem poderá plastificada ser pelo usuário. No documento, a digital, a fotografia e a assinatura serão digitalizadas e impressas. O número do Registro Geral (o “RG”) também estará impresso na frente do documento e não apenas no verso. Vários outros sistemas de segurança como marca d´água, impressão de microletras, código de barras e talho doce servirão para o reconhecimento da legitimidade do documento.
“Ela virá com uma película protetora mas não poderá ser, de maneira alguma, plastificada pelo usuário porque, a qualquer momento, a autoridade policial ou até mesmo lojistas treinados poderão verificar a autenticidade da carteira”, explica o delegado Artigas.
Outra boa novidade para os usuários será a diminuição do prazo de recebimento da carteira. A partir de feito o requerimento no posto do Instituto de Identificação, a pessoa receberá seu documento no prazo de três a cinco dias úteis. Entretanto, agora no início, esse prazo poderá ser um pouco maior até que todo o sistema esteja adequado perfeitamente. Todos os documentos, que antes eram feitos no próprio Instituto, agora vão digitalmente para a Celepar que será a responsável pela impressão das novas carteiras.
“As pessoas que já têm sua identidade não precisam correr até o posto do Instituto para fazer a nova cédula. Essa troca acontecerá aos poucos, sem correria e sem filas”, explica o secretário.
Implantação – Até meados de março, nada mudará para o usuário durante o processo de solicitação da carteira. As pessoas devem continuar pagando as guias, levando as fotografias e os documentos necessários nos postos do Instituto. Todos os documentos, as fotos, as impressões digitais e a assinatura serão escaneados para a digitalização.
Mas, já a partir da segunda semana de março, todos os postos de identificação de Curitiba estarão completamente informatizados. Assim, o usuário não precisará mais “sujar os dedos” já que tanto a assinatura como a coleta das digitais serão feitas através de um equipamento eletrônico nos mesmos moldes da carteira de motorista feita pelo Detran-PR.
Em Londrina, a completa informatização acontecerá até 31 de março e até 30 de abril em Cascavel. Depois disso, a Secretaria da Segurança buscará convênios com as prefeituras para informatizar os postos em todo o estado.
Prazo – Em breve, a Secretaria da Segurança instituirá prazo de validade para as carteiras de identidades. O objetivo é que, periodicamente, as pessoas refaçam as carteiras para que o banco de dados possa ter sempre fotos e endereços atualizados. O prazo de validade ainda não foi instituído, portanto, não é necessário que as pessoas que já têm identidade a refaçam imediatamente.
BOX – Sistema é usado em vários países
Toda a modernização do Instituto de Identificação do Paraná está baseada na implantação do Sistema Automatizado de Identificação por Impressões Digitais (Afis, na sigla em inglês). Este sistema é o meio mais rápido, seguro e preciso, hoje, em todo o mundo, para identificar uma pessoa através de suas impressões digitais. O sistema Afis é utilizado por polícias de diversos países para identificar o cidadão em um universo de milhões de impressões digitais e agora será uma realidade no Paraná para o combate à criminalidade.
No Estado, mais de um milhão de fichas com digitais colhidas à base de tinta serão digitalizadas para começar a formar o banco de dados estadual. Além disso, o Instituto de Identificação já atualizou as fotos e as digitais de praticamente todos os presos no Estado, para que já possam ser colocados no sistema Afis. A partir de março, com a implantação definitiva do sistema todas as digitais e fotos colhidas para as identidades também entrarão neste banco de dados.
“Este sistema permitirá obter, quase que imediatamente, a identificação de um criminoso a partir das digitais colhidas no local do crime. Poderemos até, por exemplo, resolver crimes de dez anos atrás se tivermos a digital colhida para fazer a comparação no sistema Afis”, explicou o secretário.
Com o sistema implantado, papiloscopistas do Instituto de Identificação passarão a fazer plantões para atender locais de crime e colher impressões digitais. A Secretaria da Segurança também já pediu à Escola da Polícia Civil que prepare cursos para que profissionalizem ainda mais os policiais e os papiloscopistas para o primeiro atendimento no local do crime, a coleta e a manutenção de provas.
“Com o banco de dados criado e atualizado teremos uma grande e moderna ferramenta de combate à criminalidade no Paraná”, disse o secretário.